quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Diabetes e Carnaval: 8 dicas para não deixar amarga sua doce folia.

Carnaval é uma festa popular esperada por todos o ano inteiro. Muitos dizem até que o ano começa só após esse feriado. Justamente para tudo não “começar” errado em 2019, temos aqui 8 dicas de ouro voltadas para a pessoa com diabetes.

Com elas, o Carnaval não corre o risco de amargar:

1- Ter sempre o cartão de identificação informando que possui diabetes

Durante a folia, um estado de glicemia alto ou baixo demais pode ser confundido com embriaguez. Por isso, um cartão de identificação salva vidas!

2- Não se esquecer de guardar uma fonte de açúcar no bolso

A melhor opção é o sachê de açúcar líquido. Ele deve ser usado em caso de hipoglicemia e possui embalagem plástica (não rasga e pode ser molhada).
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3- Medir a glicose com mais frequência durante a folia

Nas festas, é fundamental checar a glicose com mais regularidade. Se a rotina muda, as glicemias também podem mudar. Essas avaliações frequentes guiarão as condutas do paciente.

4- Ter sempre os medicamentos em mãos ou uma caneta/seringa de insulina

O diabetes não tira folga. Mesmo durante as brincadeiras de Carnaval, pode ser necessária a correção da glicose.
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5- Alimentar-se em casa antes de sair para as festas

Isso faz com que o paciente não caia na armadilha de, durante a farra, ingerir alimentos altamente calóricos (que alteram mais a glicemia), com mau estado de conservação etc.

6- Ingerir líquidos com frequência

A água é a melhor opção. Evite bebidas muito calóricas, como sucos. Elas podem elevar demasiadamente as glicemias em um momento um pouco mais complicado de controlá-las.

7- Tomar cuidado com as bebidas alcoólicas

Elas podem promover tanto níveis bem baixos de glicose no sangue como também muito elevados. O ideal é não ingerir álcool.
Mas, se fizer isso, que seja com moderação – e intercalando os goles com muita água e medição frequente de glicose.

8- Usar calçados confortáveis

As multidões normalmente tomam conta da folia. Horas e horas a fio dançando, brincando… As bolhas nos pés podem surgir!
Mais: onde há multidões, há tropeções, pisadas nos pés, machucados. Por isso, é importante colocar calçados fechados e meias de algodão para evitar machucados, feridas e bolhas.
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

INSULINA INALÁVEL CHEGA ÀS FARMÁCIAS COM PREÇOS AINDA FORA DA REALIDADE BRASILEIRA.

Após receber a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em junho de 2019, a Afrezza, primeira insulina inalável do País, finalmente chegou às farmácias brasileiras, com preços a partir de R$ 1.900.
Embora tenha recebido o registro no ano passado, o produto precisou passar por outros trâmites antes de chegar ao mercado, entre eles a análise da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que define os preços dos remédios.
A nova insulina é comercializada em pó, em cartuchos com três tipos de dosagem. Para utilização, o paciente com diabetes deve encaixar o cartucho no inalador e aspirar o pó. A substância chega ao pulmão e é absorvida pela corrente sanguínea, onde cumpre a função de reduzir os níveis de açúcar no sangue. Até agora, as insulinas disponíveis no mercado brasileiro eram apenas injetáveis. 
De acordo com o laboratório Biomm, fabricante da nova insulina, o valor de R$ 1.900 é referente à versão com dosagem de 8 UI (unidades internacionais) e 90 refis. Esse preço já considera o desconto dado pelo laboratório aos que se cadastrarem em um programa de pacientes. O preço cheio, aos não cadastrados, será de R$ 2.535,64.
A dosagem será definida pelo médico, mas uma caixa com 90 refis será suficiente, na maioria dos casos, para um mês de uso, considerando que são necessárias três aplicações por dia (uma antes de cada refeição).
O produto será comercializado ainda em outras duas versões: uma com 90 refis de 12 UI cada e outra com 180 refis, sendo 90 com dosagem de 4 UI e 90 com 8 UI. Cada caixa virá ainda com dois inaladores.
De acordo com Heraldo Marchezini, CEO da Biomm, o valor da medicação se justifica pelo caráter inovador do produto e pelo alto investimento feito pelos fabricantes no desenvolvimento da nova insulina. “Trata-se de um medicamento absolutamente inovador e de benefício único. Para oferecer aos pacientes uma medicação segura e eficaz, foram investidos mais de U$ 3 bilhões no desenvolvimento de Afrezza, contando com toda inovação e a incorporação de novas tecnologias. Vale reforçar que o custo praticado no Brasil ainda é inferior ao mercado americano, primeiro país a comercializar Afrezza”, destacou. O mercado brasileiro é o segundo a receber o produto.

BENEFÍCIOS E CONTRA-INDICAÇÕES

Segundo especialistas, embora represente uma alternativa no tratamento do diabete e um ganho na qualidade de vida por reduzir o número de injeções, a Afrezza tem limitações. Ela não é capaz de substituir todas as aplicações diárias de insulina, tem pouca variedade de dosagens e é contraindicada para pacientes com problemas pulmonares e menores de 18 anos.
Por outro lado, por não exigir refrigeração, é mais fácil de transportar e armazenar e poderá reduzir o número de picadas de agulha a que o paciente tem que submeter-se diariamente.
A insulina inalável pode substituir somente as aplicações de insulina de ação rápida ou ultrarrápida, também chamadas de bolus. Esse tipo de insulina é utilizada geralmente antes de cada refeição, quando o organismo precisa de um volume maior do hormônio para compensar o açúcar ingerido.
inalador afrezza
Inalador usado para a utilização da insulina em pó Afrezza Foto: Divulgação/Biomm
O outro tipo de insulina, a basal, de ação mais lenta, é geralmente aplicada somente uma vez por dia e não poderá ser substituída pelo produto inalável, como explica Lívia Porto, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
“Se o paciente diabético tem um tratamento nesse esquema basal-bolus, ele costuma fazer pelo menos quatro aplicações por dia: uma basal e três bolus, no café da manhã, almoço e jantar. Se passar a usar a inalável, ele diminuiria de quatro aplicações diárias para uma aplicação. Seria um ganho de qualidade de vida, mas não substituiria totalmente a injetável”, diz a médica.
Os médicos explicam que pacientes com problemas pulmonares não poderão utilizar o Afrezza por duas razões: a absorção pelo pulmão pode não ser a adequada e o produto pode causar crises de asma. Estão incluídos na contraindicação pacientes com asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e fibrose pulmonar, além de fumantes. No caso de menores de 18 anos, a Afrezza é contraindicada porque o produto não foi estudado em pacientes desta faixa etária.
Outra limitação da insulina inalável é a baixa variedade de dosagens disponíveis. A Afrezza chega ao mercado em três apresentações: 4, 8 ou 12 unidades, enquanto as insulinas injetáveis são oferecidas em doses de 1 unidade, o que permite maior combinação e personalização.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

ADESIVO DE INSULINA INTELIGENTE DO TAMANHO DE UMA MOEDA É APROVADO EM TESTES.

Os bioengenheiros da UCLA e colegas da UNC School of Medicine e do MIT desenvolveram ainda um adesivo inteligente para entrega de insulina que poderia um dia monitorar e gerenciar os níveis de glicose em pessoas com diabetes e fornecer a dose necessária de insulina. O adesivo, do tamanho de uma moeda de um real, é simples de fabricar e deve ser usado uma vez ao dia.
O estudo, publicado na Nature Biomedical Engineering , descreve pesquisas realizadas em camundongos e porcos. A equipe de pesquisa, liderada por Zhen Gu, PhD, professor de bioengenharia da Escola de Engenharia Samueli da UCLA, está solicitando a aprovação do FDA de ensaios clínicos em seres humanos. Gu e colegas conduziram os testes iniciais bem-sucedidos do adesivo inteligente de insulina em camundongos em 2015 na Carolina do Norte.
“Nosso principal objetivo é melhorar a saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes”, disse Gu, ex-professor do Departamento Conjunto de Engenharia Biomédica da UNC / NCSU. “Este adesivo inteligente elimina a necessidade de verificar constantemente o açúcar no sangue e injetar insulina, se e quando necessário. Imita a função reguladora do pâncreas, mas de uma maneira fácil de usar”.
O adesivo adesivo monitora o açúcar no sangue ou a glicose. Possui doses de insulina pré-carregadas em microagulhas muito pequenas, com menos de um milímetro de comprimento que administram medicamentos rapidamente quando os níveis de açúcar no sangue atingem um certo limiar. Quando o açúcar no sangue volta ao normal, a liberação de insulina do adesivo também diminui. Os pesquisadores disseram que a vantagem é que ela pode ajudar a prevenir a superdosagem de insulina, o que pode levar a hipoglicemia, convulsões, coma ou até morte.
“Sempre foi um sonho conseguir a administração de insulina de maneira inteligente e conveniente”, disse o co-autor do estudo, John Buse, MD, PhD, diretor do UNC Diabetes Center e das Ciências Clínicas e Translacionais da Carolina do Norte (NC TraCS) Instituto da Universidade da Carolina do Norte na Chapel Hill School of Medicine. “Este adesivo inteligente de insulina, se comprovadamente seguro e eficaz em testes em humanos, revolucionaria a experiência do paciente no tratamento do diabetes”.
A insulina é um hormônio produzido naturalmente no pâncreas, que ajuda o corpo a regular a glicose, que provém do consumo de alimentos e fornece energia ao corpo. A insulina é a chave molecular que ajuda a mover a glicose da corrente sanguínea para as células para energia e armazenamento. O diabetes tipo 1 ocorre quando o corpo de uma pessoa não produz insulina naturalmente. O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não utiliza com eficiência a insulina produzida. Em ambos os casos, é prescrita uma dose regular de insulina para controlar a doença, que afeta mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo.
O tratamento para a doença não mudou muito em décadas na maior parte do mundo. Pacientes com diabetes colhem seu sangue usando um dispositivo que mede os níveis de glicose. Eles então auto-administram uma dose necessária de insulina. A insulina pode ser injetada com uma agulha e seringa, um dispositivo semelhante a uma caneta ou entregue por uma bomba de insulina, que é um instrumento portátil do tamanho de um celular, conectado ao corpo através de um tubo com uma agulha na extremidade. Um adesivo de insulina inteligente detectaria a necessidade de insulina e a administraria.
As microagulhas usadas no adesivo são feitas com um polímero sensor de glicose encapsulado com insulina. Uma vez aplicadas na pele, as microagulhas penetram sob a pele e podem detectar os níveis de açúcar no sangue. Se os níveis de glicose subirem, o polímero é acionado para liberar insulina. Cada microagulha é menor que uma agulha comum usada para coletar sangue e não chega tão profundamente, de modo que o adesivo é menos doloroso que uma picada de alfinete. Cada microagulhapenetra cerca de meio milímetro abaixo da pele, o que é suficiente para fornecer insulina ao organismo.
Nas experiências, um adesivo do tamanho de uma moeda, controlou com sucesso os níveis de glicose em porcos com diabetes tipo I por cerca de 20 horas. Os porcos pesavam em média 25 quilos.
“Estou feliz que a equipe possa trazer esse adesivo inteligente de insulina mais um passo para a realidade e esperamos vê-lo avançar um dia para ajudar as pessoas com diabetes”, disse Robert Langer, ScD, professor do Instituto David H. Koch. no MIT e um dos co-autores do artigo.
A tecnologia foi aceita no Programa de Tecnologia Emergente da Food and Drug Administration dos EUA (FDA), que presta assistência às empresas durante o processo regulatório. Os pesquisadores estão solicitando a aprovação do FDA para ensaios clínicos em humanos, que eles antecipam que poderão começar dentro de alguns anos. A equipe imaginou que o adesivo de microagulhas inteligentes pudesse ser adaptado com diferentes medicamentos para gerenciar outras condições médicas também.