terça-feira, 27 de dezembro de 2016

NO BRASIL, SETENTA E DUAS MIL PESSOAS MORREM POR CAUSA DA DIABETES



Fonte:

CONSIDERAÇÕES SOBRE DIABETES E PRÉ-DIABETES

Informações do Autor
Dra. Andressa Heimbecher Soares
Endocrinologista
Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Médica colaboradora do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e Membro Ativo da Endocrine Society.

Será que o pré-diabetes é reversível ou não? Afinal, o que realmente distingue o diabetes do pré-diabetes?
O diabetes é uma doença causada pelo aumento da glicose (açúcar) na corrente sanguínea. Pode acontecer quando há falta de insulina ou uma dificuldade da insulina do nosso corpo em exercer adequadamente seus efeitos.
A insulina é um hormônio que tem o papel de reduzir a glicemia ao permitir que o açúcar presente no sangue entre dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia. Na falta da insulina ou quando a insulina não funciona corretamente, há um aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.
No diabetes tipo 1, o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina, enquanto que no diabetes tipo 2, o corpo vai se tornando resistente à insulina. A diferença básica é que no tipo 1 o organismo não produz a insulina enquanto que, no tipo 2, inicialmente os níveis da insulina produzida varia de casos a caso.
Pré-diabetes é um termo usado para indicar que o paciente tem potencial para desenvolver a doença, como se fosse um estado intermediário entre a pessoa saudável e o diabetes tipo 2. Geralmente, no quadro de pré-diabetes, já conseguimos identificar alterações de glicemia e também resistência dos pacientes à ação da insulina.
O ponto central nos cuidados do pré-diabetes é que ele indica a ponta do iceberg, ou melhor, o começo de uma escada que, no seu final, termina com o diabetes estabelecido como doença e todas as suas possíveis complicações: retina, rins, coração, nervos... enfim, uma série de problemas que enquanto o paciente ainda tem pré-diabetes, é possível evitar.
Se a glicemia de jejum estiver entre 70 mg/dL e 100 mg/dL, fica caracterizado um estado de normalidade. Resultados de 100 mg/dL a 126 mg/dL sugerem a presença de pré-diabetes. O estado de diabetes pode ser sugerido se a glicemia de jejum for superior a 126 mg/dL.
O ganho de peso, a tendência genética, o sedentarismo e a alimentação baseada em alimentos hipercalóricos estão todos envolvidos como possíveis causas de pré-diabetes. Mas, o principal fator de risco, atualmente, para o desenvolvimento do pré-diabetes é o ganho de peso. Com o aumento do peso, o pâncreas passa a produzir mais insulina na tentativa de controlar os níveis de açúcar. E, no entanto, o organismo não interpreta este aumento na produção de insulina de forma benéfica e o estado de resistência insulínica surge, fazendo com que apesar de muita insulina estar disponível, ela acabe funcionando pouco.
Mas será que o diagnóstico de pré-diabetes é um kit de más notícias? Não, muito pelo contrário. Na maior parte dos casos, apesar do paciente ser diagnosticado com pré-diabetes e estar sem sintomas, conseguimos traçar uma estratégia de prevenção de evolução para o diabetes e os resultados, quando as orientações são seguidas, podem ser os melhores possíveis.
Nos pacientes com pré-diabetes, se estão em sobrepeso ou obesidade, uma perda de cerca de 5% a 7% do peso corporal já leva a uma melhora metabólica importante.
Com o uso de medicação de forma associada, também é possível evitar a progressão para diabetes em muitos casos.
As mudanças do estilo de vida são o pilar do tratamento do pré-diabetes. Sabendo que é um quadro reversível, a nossa preocupação é que o paciente adote novos hábitos saudáveis para o resto da vida. Atividades físicas programadas e não programadas como subir e descer escadas, dieta com redução de carboidratos simples e troca por carboidratos complexos, diminuição do consumo de gorduras saturadas e aumento do consumo de fibras e carnes magras, enfim, estas medidas somadas à avaliação médica regular e na maior parte dos casos, além da perda de peso vão levar ao controle e muitas vezes à regressão do pré-diabetes. Neste caso, de fato, o que queremos é um passo para trás nesta escalada do diabetes!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

MENSAGEM NATALINA

Que neste Natal
Aquela magia toda guardada durante todo o ano
Venha presente nos corações daqueles que festejam o amor.

Que não apenas seja uma comemoração,
Mas um início para uma nova geração.

O Natal simboliza nova vida,
Pois nele comemoramos o nascimento do Homem
Que modificou a nossa maneira de ver o mundo.
Trazendo-nos amor e esperança.

Que neste natal sejam confraternizados todos os desejos
De um mundo melhor.

Que todos estabeleçam um novo vigor de humanidade.
E que nada seja mais forte do que a união
Daqueles que brindam o afeto entre eles.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!


sábado, 10 de dezembro de 2016

ADJ Informa: Conitec concede parecer positivo sobre a incorporação das insulinas análogas de ação rápida

No evento Conitec 5 anos, ocorrido esta semana, foi relatado que a Conitec concedeu a recomendação para incorporação das insulinas análogas de ação rápida pelo SUS para pessoas com diabetes tipo 1.
A ADJ Diabetes Brasil ressalta que o parecer precisa passar pela aprovação do Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde para ser incorporado.
Por isso, ainda não sabemos se todos as pessoas com diabetes tipo 1 serão beneficiadas.
A ADJ Diabetes Brasil, uma das Entidades envolvidas neste processo, agradece a todos os demais que também se envolveram, os representantes da Sociedade Brasileira de Diabetes, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD) e Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (FENAD).
Além disso, a ADJ agradece todos os membros das 30 associações de pacientes com diabetes pelo apoio, pela assinatura da petição e pelo envolvimento nas consultas públicas.
É de se ressaltar que o trabalho do departamento de advocacy da ADJ Diabetes Brasil, representado pela Vanessa Pirolo, em conjunto com a Dra. Karla Melo representante da SBD foi importante na sensibilização dos membros, que participam da plenária da Conitec.
Não podemos deixar de agradecer a todos que participaram assinando a petição, que fez parte do processo encaminhado à CONITEC.

COM ADJ DIABETES BRASIL


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

DIABETES HOJE E AMANHÃ: PODEMOS MELHORAR AS PERSPECTIVAS?

Em 2014 estimou-se em 422 milhões o número de diabéticos no mundo, 4 vezes mais que em 1984.
Um terço da população adulta apresenta pré-diabetes e houve 3,7 milhões de mortes atribuídas ao pré-diabetes e ao diabetes, principalmente relacionadas à doença cardiovascular, câncer e doença renal crônica. Ou seja, a hiperglicemia mata mais que a AIDS e é um problema de saúde pública em ebulição!
Quando oferecido um tratamento adequado, o paciente diabético vive muito bem. É cada vez mais comum vermos diabéticos correndo maratonas, explorando trilhas ou escalando os picos das montanhas mais elevadas do mundo. Pessoas com a doença desde a infância agora vivem a oitava e nona décadas de vida de maneira prazerosa, coisa rara no passado. São excelentes as notícias do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos: reduziram-se em 67,8% os infartos, 65% as mortes por crises hiperglicêmicas, 50% as amputações e derrame cerebral e 28% a doença renal terminal causada pelo diabetes.
Mais recentemente contamos com um arsenal de novos tratamentos que estão se demonstrando eficazes em prevenir que o paciente com diabetes tenha os problemas renais, oculares e cardiovasculares relacionados à doença. Esta é a realidade atual aplicada em nossa prática privada. 
No entanto, o que oferecemos para a nossa população no sistema público de saúde? Poucas oportunidades de atendimento, acesso restrito aos exames oftalmológicos que previnem a cegueira, insulinas antiquadas e de aplicação desconfortável e inacessibilidade a novos medicamentos que possuem sua eficácia comprovada. Tem sido frustrante se perceber a distância cada vez maior do atendimento privado e o oferecido na rede pública. Temos que discutir com o Estado as melhores práticas de avaliação e tratamento.
Na Inglaterra, 20 mil pessoas em risco de diabetes receberam, em 2016, uma mudança personalizada de estilo de vida para prevenção da doença. Em 2020 serão 100 mil. Nos Estados Unidos, a incorporação dessas medidas demonstrou economias de U$ 2,650.00 por paciente. Apenas com dieta adequada e atividade física! Podemos fazer igual aqui. Que este Dia Mundial do Diabetes seja de virada contra a doença no Brasil.
Dr. Fernando Gerchman, MD, PhD 
Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Interna da UFRGS;
Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre;
Membro do corpo clínico do Hospital Moinhos de Vento
Secretário da Sociedade Brasileira de Diabetes – regional Rio Grande do Sul

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Problemas Com o Aparelho de Glicemia? Clique Aqui

ADJ Mobiliza Pessoas que Tiveram Problemas Com Glicosímetros a Notificarem a Anvisa
A ADJ Diabetes Brasil com os Deputados Gil Lancaster e Marcio Camargo promoveram no dia 17 de novembro a audiência pública: A Precisão dos Glicosímetros, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Nela, estiveram presentes além dos deputados, representante da ANVISA, da ADJ Diabetes Brasil, da Sociedade Brasileira de Diabetes e do IPEM (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo).
O tema é de extrema importância, tendo em vista a existência de mais de 52 modelos de glicosímetros disponíveis no Brasil. A ADJ vem recebendo reclamações de pessoas, que ao compararem os valores das glicoses nos aparelhos, perceberam variações bem elevadas.
O estudo de avaliação dos glicosímetros da UNICAMP, realizado em 2013, na qual a ADJ teve acesso, aponta a reprovação de quatro deles, tendo em vista as diferenças de resultados encontrados que variaram entre 19% a 139%, inviabilizando a utilização em serviços de triagem e conduta clínica. Segundo a American Diabetes Association, os resultados exibidos nos monitores de glicemia capilar, ou seja, dos testes de ponta de dedo, não podem variar mais do que 15%.
Para responder todas as questões, levantadas, Augusto Bencke Geyer, Gerente da Gerência de Produtos para Diagnóstico in vitro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), explicou: "em 2010, começamos a fazer a avaliação da usabilidade dos glicosímetros, que foi concluído em 2014, mas sem analisarmos a precisão. Os monitores de glicemia correspondem a 25% de todos os produtos de diagnóstico in vitro, mas recebemos geralmente só 2% de reclamação, o que dificulta nossa atuação para fiscalização dos produtos.
Por ser uma avaliação de difícil execução, acabamos não realizando anteriormente. Agora, já estamos em contato com o FDA, órgão governamental dos Estados Unidos responsável pelo controle dos medicamentos e estamos já com um projeto desenhado de avaliação dos glicosímetros. Esperamos começar a avaliação em 2017, mas é importante que todas as pessoas, que tenham alguma reclamação, façam-na no site da Notivisa".
Dessa forma, com a orientação da ANVISA, agora a ADJ Diabetes Brasil tem como missão incentivar as pessoas, que têm reclamação com relação aos glicosímetros, a realizarem a notificação no site da ANVISA, para que esta avaliação ocorra mais rapidamente e medidas sejam tomadas mais facilmente.
O caminho é:

1) Acesse o link do NOTIVISA - Clique Aqui 

2) No campo em Dados do Notificador, é necessário preencher todos os dados.

3) No campo destinado a Tipo de Incidente/ Evento Adverso, clicar em Problemas /eventos adversos associados a produtos para a saúde (artigo / material médico-hospitalar, equipamento médico-hospitalar, produto para diagnóstico de uso in vitro). 

4) Complete todos os campos

5) Insira o código de validação

6) Finalize a notificação

Achou isso útil?
Por Vanessa Pirolo - Assessora de Imprensa

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Grupo de Cajazeiras alerta para o perigo de fazer diagnóstico tardio da Diabetes

O GADA (Grupo de Amigos Diabéticos) foi fundado em 2012 e é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Diabetes

14 de novembro é a data em que as autoridades de saúde intensificam o alerta para uma das doenças mais perigosas e de maior índice do mundo, a Diabetes, uma disfunção que faz com que o corpo não produza insulina ou não consiga empregar adequadamente a insulina que produz.
A insulina é um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia.
Quando a pessoa tem diabetes, no entanto, o organismo não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente. O nível de glicose no sangue fica alto – a famosa hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Ronaldo Rodrigues, presidente do GADA
Ronaldo Rodrigues, presidente do GADA
Em Cajazeiras, um grupo de pessoas se destaca no combate a essa perigosa doença. O GADA (Grupo de Amigos Diabéticos), fundado em 2012 e reconhecido pela Sociedade Brasileira de Diabetes, atua em várias frentes para tornar a população consciente da necessidade da prevenção, bem como orientá-la sobre como conviver com o tratamento.
Segundo o presidente do GADA, Ronaldo Rodrigues, que é portador da Diabetes Tipo 1, ainda há muita negligência das pessoas em relação à prevenção e ao diagnósticos, por isso o número de diabéticos que não sabem qual o nível da doença eles apresentam é muito grande no Brasil.
“Nós sabemos que dos 12 milhões de brasileiros que têm diabetes, pelo menos 40% não sabe ainda do diagnóstico, então a gente tenta conscientizar a população a sempre procurar as Unidades Básicas de Saúde e os serviços essenciais para fazer testes de glicemia para ver como realmente está o seu índice glicêmico, porque às vezes você já pode estar com uma pré-diabetes ou até mesmo com a glicemia alterada, enquadrando-se como diabético e ainda não sabe, só vai saber quando vir apresentar as conequências”, explicou o jovem.
Há também perigosos tabus em relação à Diabetes, segundo Ronaldo. Um deles é a vergonha que algumas pessoas têm de assumirem que são portadoras da doença. Muitas vezes isso acontece tarde demais, acarretando consequências físicas graves.
“Dificilmente as pessoas se assumem diabéticas, principalmente a Diabetes Tipo 1, e a gente sabe que com o tempo vêm as consequências. As que nós temos mais são as amputações de membros inferiores e as cegueiras, que estão lá no topo das pesquisas.”
Ronaldo revelou que o GADA, além de estar sempre atento à assistência especial que os órgãos públicos de saúde devem dar aos portadores de Diabetes, também procura otimizar essa assistência através de parcerias. Uma delas foi feita com o Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB) para a implantação de um ambulatório multidisciplinar que orienta crianças e adolescentes com Diabetes.
Diabetes no Brasil e na Paraíba
Hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com Diabetes, o que representa 6,9% da população. Na Paraíba, segundo estimativas do Ministério da Saúde, 5,3% da população, ou 209.025 pessoas são diabéticas.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Mortes por DIABETES na PB chega a mais de 8 mil em 5 anos


A diabetes é uma doença que, segundo a Organização Mundial da Saúde, afeta a mais de 16 milhões de brasileiros adultos e que mata 72 mil pessoas por ano no país.  Na Paraíba, estima-se que 5,3% da população é diabética. Ou seja, 209.032 paraibanos são diabéticos. Na capital, a estimativa é de 4,7% da população, composta por 37.680 pessoenses diabéticos.

Em relação ao número de óbitos, de 2012 para cá, 8.358 pessoas morreram na Paraíba por conta do Diabetes, sendo 1.737 em 2012; 1.812 em 2013; 1.793 em 2014; 1.680 em 2015 e 1.337 em 2016. Já em João Pessoa, o total é de 1.219 mortes nos cinco anos, sendo 237 (2012); 244 (2013); 259 (2014); 251 (2015) e 228 (2016).

Apesar dos números alarmantes, ainda há muita desinformação sobre o assunto. Nesta segunda-feira (14), comemora-se o Dia Mundial da Diabetes. Mas, diferente do que muitas pessoas pensam, a doença não atinge somente as pessoas mais velhas. Crianças e adolescentes também podem ser diagnosticados, como foi o caso do estudante Ronaldo Rodrigues, de 23 anos.

Diagnosticado com diabetes em 2012, Ronaldo hoje é presidente e fundador do Grupo de Amigos Diabéticos em Ação (Gapa), que atua na cidade de Cajazeiras, Sertão da Paraíba, e também em outras cidades do Estado. Estudante dos cursos de direito e pedagogia, Ronaldo afirma ter uma vida corrida e semelhante a amigos da mesma idade, apesar de algumas restrições.

“Eu quero ser um jovem exemplo. Existe sim a restrição, mas eu quis construir a imagem que a gente tem limitações, mas consegue viver uma vida normal, desde que tenha o cuidado próprio. Não se deve deixar de viver, por conta do problema. Às vezes considero até como um amigo diário. Por isto me coloco como exemplo para juventude, implementando sempre isto, um olhar diferenciado”, disse.

Ronaldo afirmou ainda que teve que mudar alguns hábitos, mas nada tão drástico. E, segundo ele, estando com a glicemia em dia, pode fazer praticamente tudo, desde que seja com moderação.

“Mudaram algumas coisas, mas não tudo. Por conta do meu tipo de diabetes, eu não tenho muita restrição. Tenho alimentação normal, com pouco carboidrato. Eu meço a quantidade de carboidrato de cada refeição. Quando eu vou ultrapassar a cota, aí eu ajusto as dosagens. Mas não senti tamanha diferença. A maior dificuldade foi na reeducação alimentar. Trocar o refrigerante por alguns sucos, já que nem todo suco natural da fruta a gente pode tomar excessivamente. Bebida alcoólica, por exemplo, o diabético pode tomar pequenas porções desde que tenha com a glicemia em dia. Eu mesmo tomo alguns drinks, com moderação”, explicou.

ronaldo

Dificuldades no repasse de medicamentos

Apesar da auto-estima elevada e de conviver naturalmente com a diabetes, Ronaldo, assim como outras pessoas com a doença, afirmou que está há mais de dois meses sem receber do Governo do Estado o medicamento necessário para o tratamento, apesar de ser uma ordem judicial.

“Eu faço uso de medicação que é responsabilidade do governo do Estado. É uma insulina análoga. Antes eu precisava fazer seis aplicações por dia e hoje com esta, são apenas três diariamente. Mas estamos com dois meses sem receber, então a gente está comprando, mesmo com uma ação que determina que seja disponibilizado. A gente enfrenta uma dificuldade e tem que partir para a Justiça. Esta parte ainda é muito complicada e parece que está retrocedendo”, afirmou.

A Secretaria de Saúde do Estado afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que em "relação à insulina Lantus houve um atraso por parte do fornecedor, porém após contato da Secretaria de Estado da Saúde, o mesmo garantiu que até o dia 16 de novembro a entrega será regularizada. Quanto à insulina Novorapid e Humalog, ambas estão em processo de licitação".

 Metade dos pacientes não sabe que têm a doença e seus riscos

A Sociedade Brasileira de Diabetes afirma que metade dos pacientes não sabe que tem a doença. O consumo de alimentos com altos índices de açúcar somado ao sedentarismo são alguns dos hábitos que têm aproximado milhares de pessoas de uma doença crônica silenciosa: o diabetes. A hereditariedade, principalmente quando os familiares que têm a doença são avôs, avós, pais e irmãos, é um alerta. Outro ponto importante é o sobrepeso. Segundo dados do Ministério da Saúde, 48,5% da população brasileira está acima do peso, e a balança em desequilíbrio é um dos principais fatores de risco para o aparecimento do diabetes.

Outro ponto de desconhecimento é sobre o que a diabetes pode causar. Quase metade dos brasileiros, por exemplo, não sabe que o diabetes pode causar cegueira. É o que aponta uma pesquisa conduzida pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV, que analisou o grau de percepção da população com relação às complicações oculares ocasionadas pela doença. A pesquisa foi feita em oito capitais brasileiras: Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, São Paulo, Brasília e Salvador, com 4 mil pessoas.

Entre os entrevistados que não têm diabetes ou não possuem ninguém na família com a doença, 45% desconhecem a relação entre a doença e a perda da visão. Já entre os diabéticos ou que têm familiares portadores da doença, mesmo sendo a perda da visão uma das complicações mais temidas (29%), 57% nunca ouviram falar de retinopatia diabética e edema macular diabético, principais complicações oculares da doença.

"Em relação ao diabetes, já se observa níveis de epidemia no Brasil. À medida que esses números aumentam, proporcionalmente cresce o número de indivíduos que correm o risco de desenvolver essas complicações oculares", afirma o médico endocrinologista Dr. Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.

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Outro ponto preocupante apontado pela pesquisa é que entre os entrevistados que possuem a doença ou têm algum caso na família, 38% afirmaram que seus respectivos endocrinologistas nunca pediram exame de fundo de olho, fundamental para o diagnóstico precoce da complicação ocular, e cerca de 10% nunca passaram por uma consulta com um oftalmologista durante o tratamento. Cenário que explica outro dado, 49% afirmaram terem dito diagnóstico tardio de complicação ocular.

Neste ano, o dia mundial do diabetes tem como tema central "Os olhos no diabetes".  Cerca de um terço das pessoas com diabetes desenvolvem algum grau de dano ocular, segundo o IDF. Sem o tratamento adequado, esses pacientes podem perder mais de duas linhas de visão em menos de dois anos. Atualmente, o EMD é uma das razões mais frequentes de perda severa da visão na população em idade ativa, o que impacta ainda mais na sociedade como um todo, aumentando os custos sociais e econômicos tanto nas famílias como em todo o país.

fonte:http://correiodaparaiba.com.br/cidades/saude-cidades/83-mil-mortes-por-diabetes-na-pb-em-cinco-anos/

domingo, 13 de novembro de 2016

ELI LILLY E DISNEY LANÇAM LIVROS PARA CRIANÇAS COM DIABETES

A simpática macaquinha Coco entre Pateta e Mickey
A simpática macaquinha Coco entre Pateta e Mickey
Eli Lilly da Índia, em parceria com a Disney Publishing Worldwide, anunciou nesta quinta-feira o lançamento de livros personalizados para as crianças que sofrem com diabetes tipo 1 na Índia.
Os livros – “Avante, Coco’s!” e “Livro de Diversão de Coco” – estarão disponível em hindi e inglês.
Os livros, que estrearam originalmente no ano de 2001, vão ajudar cerca de 70.000 crianças com menos de 15 anos de idade e que sofrem de diabetes tipo 1 na Índia.
“Através desta iniciativa, esperamos fornecer uma mensagem de incentivo para as famílias com crianças que têm diabetes tipo 1. Estes livros podem ajudar as crianças e suas famílias a se sentirem inspiradas e capacitadas para viverem uma vida plena e ativa, mesmo com a doença”, disse Edgard Olaizola, Diretor-Geral da Eli Lilly and Company (Índia).
Nestes livros as crianças e as famílias vão aprender sobre a diabetes tipo 1 – como monitorar o nível de açúcar no sangue, reconhecer os sintomas de hipoglicemia, o tratamento, irão aprender a fazer uma dieta, exercícios e a administrar a insulina, entre outras coisas.
É apresentado um novo personagem da Disney, Coco – uma macaquinha carismática e divertida que tem diabetes tipo 1, e que irá ajudar os leitores a gerir melhor a diabetes.
Os livros também incluem perguntas mais frequentes e respostas, que podem servir para iniciar uma conversa das famílias com seus filhos e outros irmãos ou amigos, disse o comunicado.
Junto com os livros, uma boneca de Coco feita em pelúcia. Uma mochila contendo material educativo, folhetos informativos e kit de demonstração do dispositivo etc. também estará disponível para as crianças.
Os livros serão disponibilizados à partir da próxima quinta-feira a endocrinologistas pediátricos e diabetologistas clínicos.


0 DICAS PARA APLICAR INSULINA COM MAIS CONFORTO

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A próxima segunda-feira (14) é o Dia Mundial do Diabetes. A data traz a oportunidade de conscientizar o público não só sobre prevenção e detecção, mas também sobre formas de melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença.
Milhões de pessoas aplicam insulina uma ou mais vezes ao dia para promover o controle glicêmico. A técnica correta de aplicação é imprescindível para o tratamento do diabetes, assim como as mudanças necessárias de hábito de vida: a insulina é essencial para quem tem Diabetes Mellitus Tipo 1, e a solução para o bom controle glicêmico de algumas pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 2.
A empresa de tecnologia médica BD compartilha alguns cuidados para uma aplicação mais confortável de insulina:
  1. Manter a insulina em uso em temperatura ambiente, ou se conservada sob refrigeração, retirá-la da geladeira entre 15 e 30 minutos antes do uso.
  2. Utilizar uma agulha nova em cada aplicação.
  3. Realizar a higienização da pele com álcool 70% e esperar secar completamente antes de iniciar a aplicação.
  4. Aplicar a insulina nos locais recomendados: abdome (regiões laterais direita e esquerda, distantes três dedos* do umbigo), coxas (região frontal e lateral externa, três dedos* abaixo da virilha e três dedos* acima do joelho), braços (região posterior três dedos* abaixo da axila e três dedos* acima do cotovelo) e nádegas (região superior externa). *Dedos da pessoa que usa insulina.
  5. Introduzir a agulha na pele com movimento rápido e não movimentar a agulha durante a injeção. Injetar o medicamento lentamente.
  6. Caso ocorra sangramento, fazer uma leve pressão no local por alguns segundos. Não massagear.
  7. Dar preferência a agulhas mais curtas e finas, que evitam a aplicação no músculo: a insulina deve ser aplicada no tecido subcutâneo, que está localizado abaixo da pele e acima do músculo, para absorção gradativa, proporcionando ação contínua e eficaz da insulina. As agulhas curtas facilitam a técnica de aplicação, pois muitas vezes dispensam a realização da prega subcutânea (movimento de pinça com os dedos polegar e indicador sobre a pele para evidenciar o tecido subcutâneo).
  8. Se a insulina for aplicada no músculo ou na pele, intensificar os testes de glicemia capilar. Caso identifique alterações importantes, procure ajuda de um profissional de saúde.
  9. Fazer um rodízio entre as regiões para aplicação da insulina, para prevenir a lipo-hipertrofia, deformidade no tecido subcutâneo, que prejudica a absorção da insulina, causando hiperglicemia. Para planejar o rodízio corretamente, considere o número de aplicações diárias, atividades do dia a dia e exercícios físicos.
  10. Se observar vermelhidão, inchaço, endurecimento ou sentir dor em algum ponto, no momento da aplicação, evite este local: isso irá prevenir a má absorção da insulina e possíveis alterações nos níveis glicêmicos. Converse com um profissional de saúde!
TiaBeth aplicando sua injeção de insulina com conforto e segurança :)
TiaBeth aplicando sua injeção de insulina pela noite em um barzinho no Rio
Para mais detalhes sobre a prática de preparo e aplicação de insulina, acesse o manual completo, clicando aqui. Sempre consulte o seu médico para saber todos os cuidados.
Ainda é possível encontrar mais dicas de qualidade de vida na página do Facebook Vivendo bem com Diabetes, mantida pela BD. A BD também tem um website voltado exclusivamente para a área de diabetes, com informações sobre monitoramento de glicemia, dietas, exercícios, adesão ao tratamento e tratamentos via oral e com insulina.

 SOBRE A BD

A BD é uma empresa global de tecnologia médica que produz e comercializa suprimentos médicos, anticorpos, reagentes, equipamentos e dispositivos para laboratórios e hospitais. Fundada em 1987 e sediada em New Jersey (EUA), a companhia se destaca em dois segmentos: BD Medical e BD Life Sciences. Em 2016, a BD completa 60 anos de presença no Brasil, com um escritório em São Paulo e duas unidades fabris no país: Juiz de Fora (MG) e Curitiba (PR).
Pautada em qualidade, segurança e inovação, a BD expandiu-se rapidamente e foi uma das primeiras a fabricar no território brasileiro seringas descartáveis, tubos para coleta de sangue a vácuo e seringas para insulina, contribuindo significativamente para uma melhor qualidade de vida dos pacientes. A companhia vem se destacado no mercado de diagnósticos com equipamentos de alta tecnologia que agilizam resultados de exames cada vez mais precisos.
Diversas patologias estão relacionadas ao portfólio da BD, como câncer, AIDS, tuberculose, diabetes e infecções. Uma das prioridades da BD é oferecer produtos que garantam segurança e conforto aos pacientes e profissionais de saúde, além de resultados confiáveis para os médicos seguirem condutas clínicas mais assertivas e ganhos de produtividade para laboratórios e hospitais.
Para mais informações, acesse www.bd.com.br

Pés e membros inferiores

Os danos nos nervos podem causar também mudanças na forma dos pés e dos dedos. Pergunte ao seu médico sobre sapatos terapêuticos especiais, ao invés de insistir e forçar o uso de sapatos comuns. Aqui você vai encontrar as informações básicas. Para saber mais, não deixe de visitar a seção Cuidados com os pés.
Pele e calos
Uma alteração comum é a pele dos pés, que pode ficar muito seca e favorecer o apare-cimento de feridas (rachaduras). Isso acontece porque os nervos que controlam a produção de óleo e umidade estão danificados.
É importante massagear os pés com um bom creme após o banho e sempre que sentir a pele desidratada.
Dica: Evite passar creme entre os dedos, porque a umidade extra favorece a proliferação de micro-organismos e infecções.
Em pessoas com diabetes, os calos aparecem com mais frequência, porque há áreas de alta pressão nessa parte do corpo, que aguenta nosso peso o dia inteiro.
Calos não-tratados podem transformar-se em úlceras (feridas abertas). Por isso, uma dica super importante: não corte os calos você mesmo, nem use agentes químicos, que podem queimar a pele. Também não deixe que a pedicure ‘dê um jeitinho’. A avaliação médica e a indicação de um bom podólogo é a postura mais indicada.
Uma medida que está liberada é o uso de pedras-pomes, todos os dias, para manter os calos sob controle. O ideal é que a pele esteja ainda úmida e que você aplique um creme hidratante, indicado pelo seu médico, logo depois do uso.
As úlceras ocorrem mais frequentemente na planta do pé ou embaixo do dedão. Quando aparecem nas laterais, geralmente é o sapato que está inadequado. O tratamento pode ser feito com a limpeza e o uso de proteções especiais para os pés, mas pode exigir também a ação de um cirurgião vascular, caso a circulação esteja muito ruim.
Sabe-se que o diabetes pode prejudicar a circulação, mas esse problema se agrava ainda mais com o uso de cigarro, pressão alta e desequilíbrio nos níveis de colesterol. E a má circulação, por sua vez, prejudica o combate às infecções e atrapalha a recuperação das úlceras nos pés.
Nunca se esqueça: Algumas feridas não doem, mas devem ser avaliadas imediatamente. Desprezá-las pode abrir as portas para infecções – e elas podem levar até à perda de um membro.
Dicas: Quando estamos sentindo muito frio, uma das medidas mais comuns nas cidades com inverno mais rigoroso é esquentar a água para aquecer os pés, seja colocando numa garrafa ou na bacia mesmo. Mas essa medida inocente pode ser perigosa. Se você estiver com a sensibilidade reduzida, pode sofrer uma queimadura e não perceber na hora. A melhor maneira de combater o frio nos pés é com meias quentes.
Se você sente dores quando anda muito rápido, sobe ladeiras e morros ou precisa caminhar uma distância maior em pisos muito duros, fique atento. Essa condição tem até um nome: claudicação intermitente. É importante fazer intervalos para descanso, procurar seu médico para traçar uma estratégia para parar de fumar, se for o caso; e também fazer um plano de caminhadas diárias.
É possível também que seu médico indique medicamentos para melhorar a performance do sistema circulatório.
Os exercícios são ótimos para a circulação, mas devem ser evitados caso você esteja com feridas em tratamento nos pés. Lembre-se disso! Veja mais dicas essenciais para viver bem com diabetes na seção Cuidados com os pés.
Por que ouvimos falar de amputação em casos de diabetes?
Muitas pessoas com diabetes têm a doença arterial periférica, que reduz o fluxo de sangue para os pés. Além disso, pode haver redução de sensibilidade devido aos danos que a falta de controle da glicose causa aos nervos. Essas duas condições fazem com que seja mais fácil sofrer com úlceras e infecções, que podem levar à amputação.
A boa notícia é que a maioria das amputações são evitáveis, com cuidados regulares e calçados adequados. Cuidar bem de seus pés e ver o seu médico imediatamente, assim que observar alguma alteração, é muito importante.
Pergunte sobre sapatos adequados e considere seriamente um plano estratégico: pare de fumar! O tabagismo tem sério impacto nos pequenos vasos sanguíneos que compõem o sistema circulatório, causando ainda mais diminuição do fluxo de sangue para os pés.
Com isso, as feridas cicatrizam mais lentamente. Já está imaginando, não é? Um grande número de pessoas com diabetes que necessitam de amputações são fumantes. Evite esse transtorno, sempre é tempo!


Complicações do Diabetes

Problemas nos olhos

O olho é uma esfera, coberta por uma membrana exterior rígida, clara e curva. Esta área curva é a córnea, que foca a luz e protege o olho. Depois de passar pela córnea por meio da pupila (a ‘menina dos olhos’ nada mais é que um buraquinho na íris, a parte colorida do olho), a luz atinge a câmara anterior, preenchida por um fluido chamado humor aquoso.
Depois, ela atinge uma outra lente, o cristalino, que aprimora o foco; e só então chega à parte posterior, também cheia de fluido, o humor vítreo. Só então, ela atinge a retina, que grava as imagens e converte em sinais elétricos. O cérebro recebe os sinais e decodifica.
Uma parte da retina é especializada em diferenciar detalhes finos. Essa pequena área é chamada mácula, que é irrigada por vasos sanguíneos para garantir seu funcionamento. Essas estruturas podem ser alvo de algumas complicações da diabetes.
Glaucoma
Pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma, que é a pressão elevada nos olhos. Quando mais tempo convivendo com a doença, maior o risco. Na maioria dos casos, a pressão faz com que o sistema de drenagem do humor aquoso se torne mais lento, causando o acúmulo na câmara anterior. Isso comprime os vasos sanguíneos que transportam sangue para a retina e o nervo óptico e pode causar a perda gradual da visão. Há vários tratamentos para o glaucoma – de medicamentos à cirurgia.
Catarata
Pessoas com diabetes têm 60% mais chance de desenvolver a catarata, que acontece quando a lente clara do olho, o cristalino, fica opaca, bloqueando a luz.

Fique atento: quem tem diabetes costuma desenvolver a catarata mais cedo e a doença progride mais rápido. Para ajudar a lidar com graus leves de catarata, é necessário usar óculos de sol e lentes de controle de brilho nos óculos comuns.Quando a opacidade atrapalha muito a visão, geralmente é realizada uma cirurgia que remove as lentes e implanta novas estruturas.
Entretanto, é preciso ter consciência de que, em pessoas com diabetes, a remoção das lentes pode favorecer o desenvolvimento de glaucoma (complicação anterior) e de retinopatia (próxima complicação).
Retinopatia
Retinopatia diabética é um termo genérico que designa todas os problemas de retina causados pelo diabetes. Há dois tipos mais comuns – o não-proliferativo e o proliferativo.
O tipo não-proliferativo é o mais comum. Os capilares (pequenos vasos sanguíneos) na parte de trás do olho incham e formam bolsas. Há três estágios - leve, moderado e grave – na medida em que mais vasos sanguíneos ficam bloqueados. Em alguns casos, as paredes dos capilares podem perder o controle sobre a passagem de substâncias entre o sangue e a retina; e o fluido pode vazar dentro da mácula.
Isso é o que chamamos de edema macular – a visão embaça e pode ser totalmente perdida. Geralmente, a retinopatia não-proliferativa não exige tratamento específico, mas o edema macular sim. Frequentemente o tratamento permite a recuperação da visão.
Depois de alguns anos, a retinopatia pode progredir para um tipo mais sério, o proliferativo. Os vasos sanguíneos ficam totalmente obstruídos e não levam mais oxigênio à retina. Parte dela pode até morrer, e novos vasos começam a crescer, para tentar resolver o problema. Esses novos vasinhos são frágeis e podem vazar, causando hemorragia vítrea. Os novos capilares podem causar também uma espécie de cicatriz, distorcendo a retina e provocando seu descolamento, ou ainda, glaucoma.
Grandes avanços têm sido feitos no tratamento da retinopatia diabética, como as técnicas de fotocoagulação, o laser e a vitrectomia. Quanto mais cedo a doença for descoberta, mais provável que haja sucesso na terapia utilizada. E os melhores resultados serão alcançados quando a visão ainda está normal.
Os fatores de risco da retinopatia são o controle da glicose no sangue, o controle da pressão, o tempo de convivência com o diabetes e a influência genética. A retinopatia não-proliferativa é muito comum, principalmente entre as pessoas com diabetes Tipo 1, mas pode afetar aqueles com Tipo 2 também. Cerca de uma em cada quatro pessoas com diabetes têm o problema em algum momento da vida.
Já a retinopatia proliferativa é pouco comum – afeta cerca de uma em cada 20 pessoas com diabetes.
Dica 1: Quem mantém bom controle da glicemia têm chance muito menor de desenvolver qualquer retinopatia.
Dica 2: Nem sempre a retinopatia apresenta sintomas. A retina pode estar seriamente danificada antes que você perceba uma alteração na visão. Por isso, você deve consultar um oftalmologista anualmente ou a cada dois anos, mesmo que esteja se sentindo bem.
Embora os sintomas costumem aparecer apenas em estágios avançados, fique atento se notar:

  • Visão embaçada;
  • Flashes de luz no campo de visão;
  • Perda repentina de visão;
  • Manchas na visão.

Nossa, como prevenir, então? Visite o oftalmologista uma vez por ano, sem se esquecer de informar que você tem diabetes. Gerencie sua glicose, sua pressão e seu colesterol. Faça exames regularmente, sob orientação da equipe multidisciplinar. Veja mais informações nas nossas seções Vida Saudável – Nutrição e Vida Saudável – Exercícios Físicos.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

BOMBA DE INSULINA MELHORA OU PIORA O SONO?

Informações do Autor

Dr. Mark Barone
Doutor em Fisiologia Humana (ICB/USP)
Especialista em Educação em Diabetes (ADJ-IDF-SBD, UNIP e IDC)
Autor dos livros “Tenho diabetes tipo 1, e agora?” e “Diabetes: conheça mais e viva melhor”
e do blog www.tenhodiabetestipo1eagora.blogspot.com

 

Em artigo recém-publicado, foi revelado que os adolescentes (idade média de 16,4 anos) com diabetes tipo 1 e em uso de bomba de insulina (34,8% dos 159 participantes da pesquisa) apresentam menos distúrbios (p < 0,001) e mais tempo de sono noturno (7,8h vs. 7,2h, p=0,013) do que aqueles que usam outras formas de administração de insulina injetável.1 De forma complementar, sabe-se que menos distúrbios e duração e qualidade adequadas do sono favorecem um melhor controle glicêmico, visto que auxiliam na regulação da secreção de diferentes hormônios.2
Em artigo recém-publicado, foi revelado que os adolescentes (idade média de 16,4 anos) com diabetes tipo 1 e em uso de bomba de insulina (34,8% dos 159 participantes da pesquisa) apresentam menos distúrbios (p < 0,001) e mais tempo de sono noturno (7,8h vs. 7,2h, p=0,013) do que aqueles que usam outras formas de administração de insulina injetável.1 De forma complementar, sabe-se que menos distúrbios e duração e qualidade adequadas do sono favorecem um melhor controle glicêmico, visto que auxiliam na regulação da secreção de diferentes hormônios.2
A hemoglobina glicada (HbA1c), como se costume, associou-se fortemente (de forma inversa) à frequência do monitoramento de glicemia capilar (quanto mais testes, menor o valor da HbA1c, p < 0,001). Apenas nos adolescentes do sexo masculino foi observada maior qualidade do sono associada à HbA1c mais baixa (p < 0,05).
Além disso, um resultado que pode coincidir com a realidade de muitos é a associação entre a idade e todos os parâmetros estudados, menos com a HbA1c. No caso, quanto maior a idade dos adolescentes, menor a frequência de checagens da glicemia. Em relação ao sono, quanto maior a idade, menor a duração, mais distúrbios, mas, por outro lado, maior a qualidade do sono. Portanto, fica a dica. Além da bomba de insulina, o aumento da frequência de testes de glicemia melhora, além do controle, o sono. E, o sono, de qualidade e duração adequada, contribui para um melhor controle glicêmico.


http://www.diabetes.org.br/colunistas/89-dr-mark-barone/1374-bomba-de-insulina-melhora-ou-piora-o-sono
Referências bibliográficas:
1. Jaser, Sarah S. and Ellis, Deborah. Sleep in adolescents and young adults with type 1 diabetes: associations with diabetes management and glycemic control. Health Psychology and Behavioral Medicine 2016:4(4);49-55.
2. Barone MTU, Menna-Barreto L. Diabetes and sleep: A complex cause-and-effect relationship. Diabetes Res Clin Pract 2011;91:129-37.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

CONHEÇA MAIS A ATUAÇÃO DAS INSULINAS ANÁLOGAS E CONTRIBUA COM A CONSULTA PÚBLICA


Como vocês sabem, eu, a ADJ Diabetes Brasil e minhas amigas: Sheila Vasconcelos, Débora Aligieri e Sarah Baptista e muitos outros militantes já postamos, em todas as comunidades de diabetes do Facebook, sobre a abertura da Consulta Pública, feita pela Conitec, para que as pessoas possam dar sugestões e depoimento sobre as insulinas análogas. Mas por que eu e boa parte das pessoas com diabetes tipo 1 somos favoráveis a mais uma insulina na lista de remédios do Sistema Público de Saúde?

Por alguns motivos. Primeiro deles, a eficácia deste tipo de insulina é muito melhor. Vamos explicar. Quando ingerimos um alimento, ele entra na corrente sanguínea a partir de 5 minutos. Após a aplicação, insulina análoga de ação rápida começa a fazer efeito junto com o alimento, evitando os picos de glicemia alta e geralmente, quando o alimento não é muito gorduroso, após sua quebra, os carboidratos tendem a terminar de entrar na corrente sanguínea em até 2h, tempo similar ao que a insulina análoga de ação rápida termina de fazer o efeito no organismo.

Agora vamos explicar a ação da insulina Regular, que já faz parte do SUS. Ela começa a fazer efeito após 30 minutos da aplicação. Dificilmente vamos esperar meia hora antes de nos alimentarmos. Resultado, o alimento entra na corrente sanguínea, sem insulina, os carboidratos se convertem em açúcar e atingem um pico bem alto antes da ação da insulina. Além disso, a Regular tem um pico de ação entre 2h e 3h. Então o risco de você ter uma hipoglicemia, após 2h da alimentação é muito superior.

Este processo de altos e baixos, ao longo do tempo, traz inúmeras complicações. Quando a variabilidade da glicemia é muito alta, ou seja, se os valores glicêmicos variarem de 400 a 40 mg/dl no mesmo dia, como exemplo, a pessoa com diabetes estará suscetível a ter futuras complicações cardiovasculares, independentemente da idade.  

Outro motivo é que os estudos, apresentados no dossiê enviado para a Conitec, mostram diminuição do número de episódio de hipoglicemias graves nos indivíduos. Lembrando que hipoglicemias graves são aquelas nas quais o paciente necessita da ajuda de outra pessoa para resolvê-la e que ainda pode culminar em convulsão, perda de consciência e morte, caso a hipoglicemia não seja identificada e tratada. Além de reduzir o número de episódios de hipoglicemia durante o sono.  

Imaginem uma mãe que levanta várias vezes durante a noite para controlar a glicemia do filho para que não tenha uma hipoglicemia. Que qualidade de vida esta mãe e a criança possuem? Por meio das insulinas análogas, há redução destes episódios e mais tranquilidade para a família conviver melhor com a condição!

Preciso dizer mais alguma coisa? Acho que convenci você sobre a importância de sua contribuição. Se você tem diabetes, contribua, escrevendo sua experiência pessoal. Se você não tem diabetes, tenho a certeza de que conhece alguém que tem! Então coloque com suas palavras a argumentação acima. Ajude para que as pessoas com diabetes tenham menos complicações, menos episódios de hipoglicemia e mais controle da glicemia e, consequentemente, mais qualidade de vida! Como diz o Capitão Planeta, super herói dos desenhos animados criado nos anos 90: “O poder é de vocês”! Responda a Consulta Pública por meio do link:  http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=28118

FONTE:http://www.convivenciacomdiabetes.com.br/2016/09/conheca-mais-atuacao-das-insulinas_16.html