Em 2014 estimou-se em 422 milhões o número de diabéticos no mundo, 4 vezes mais que em 1984.
Um terço da população adulta apresenta pré-diabetes e houve 3,7 milhões de mortes atribuídas ao pré-diabetes e ao diabetes, principalmente relacionadas à doença cardiovascular, câncer e doença renal crônica. Ou seja, a hiperglicemia mata mais que a AIDS e é um problema de saúde pública em ebulição!
Quando oferecido um tratamento adequado, o paciente diabético vive muito bem. É cada vez mais comum vermos diabéticos correndo maratonas, explorando trilhas ou escalando os picos das montanhas mais elevadas do mundo. Pessoas com a doença desde a infância agora vivem a oitava e nona décadas de vida de maneira prazerosa, coisa rara no passado. São excelentes as notícias do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos: reduziram-se em 67,8% os infartos, 65% as mortes por crises hiperglicêmicas, 50% as amputações e derrame cerebral e 28% a doença renal terminal causada pelo diabetes.
Mais recentemente contamos com um arsenal de novos tratamentos que estão se demonstrando eficazes em prevenir que o paciente com diabetes tenha os problemas renais, oculares e cardiovasculares relacionados à doença. Esta é a realidade atual aplicada em nossa prática privada.
No entanto, o que oferecemos para a nossa população no sistema público de saúde? Poucas oportunidades de atendimento, acesso restrito aos exames oftalmológicos que previnem a cegueira, insulinas antiquadas e de aplicação desconfortável e inacessibilidade a novos medicamentos que possuem sua eficácia comprovada. Tem sido frustrante se perceber a distância cada vez maior do atendimento privado e o oferecido na rede pública. Temos que discutir com o Estado as melhores práticas de avaliação e tratamento.
Na Inglaterra, 20 mil pessoas em risco de diabetes receberam, em 2016, uma mudança personalizada de estilo de vida para prevenção da doença. Em 2020 serão 100 mil. Nos Estados Unidos, a incorporação dessas medidas demonstrou economias de U$ 2,650.00 por paciente. Apenas com dieta adequada e atividade física! Podemos fazer igual aqui. Que este Dia Mundial do Diabetes seja de virada contra a doença no Brasil.
Dr. Fernando Gerchman, MD, PhD
Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Interna da UFRGS;
Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre;
Membro do corpo clínico do Hospital Moinhos de Vento
Secretário da Sociedade Brasileira de Diabetes – regional Rio Grande do Sul
Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Interna da UFRGS;
Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre;
Membro do corpo clínico do Hospital Moinhos de Vento
Secretário da Sociedade Brasileira de Diabetes – regional Rio Grande do Sul
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