quinta-feira, 2 de março de 2017

Presidente da Associação de Diabéticos de Cajazeiras representará Sertão em São Paulo

O presidente do Grupo de Diabéticos de Cajazeiras, o jovem Ronaldo Rodrigues, representará o Alto Sertão paraibano nos dias 05, 06 e 07 de abril na cidade de São Paulo. Será realizado III Encontro Nacional de Jovens e Adultos com Diabetes, uma iniciativa promovida pela Associação Nacional de Diabetes Juvenil-ADJ. E desde 2015 reuni 30 ativistas de associações do Brasil elaborando estratégias e articulações sobre a prática de advocacy nos estados Brasileiros.
Para o jovem ativista esse momento serve de fortalecimento do coletivo que busca a melhoria do acesso das pessoas com diabetes, o mesmo ressalta que o momento é importante para que ocorra a troca de experiências e cada associação possa trocar experiências sobre a realidade vivenciada em sua localidade.
Ronaldo Rodrigues irá compartilhar com o grupo os passos sobre a sanção de projetos de lei.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Judicialização da saúde: a culpa é de quem?

Do ano passado para cá, os jornais da grande mídia tem feito um intenso debate sobre a explosão da judicialização da saúde, sempre associada aos pedidos judiciais dos cidadãos de medicamentos e tratamentos pelo SUS. A narrativa consolida duas visões: de ineficiência do sistema público de saúde, e de abuso da busca do Poder Judiciário pelos usuários do SUS.

No entanto, dados recentes sobre judicialização da saúde em São Paulo sugerem outro cenário: aumentaram as ações judiciais envolvendo questões de saúde no Estado, mas o crescimento mais expressivo ocorreu no setor privado. Isso significa que a grande mídia responsabiliza o SUS pela falhas dos planos de saúde sob análise do Poder Judiciário, e culpa os cidadãos que buscam a efetivação do direito à saúde na Justiça pelos abusos das empresas de saúde suplementar.

Duas notícias relatando pesquisas acerca do número de ações de saúde em São Paulo foram publicadas neste mês de fevereiro de 2017. No portal da FAPESP, 3 pesquisas revelam que nos últimos cinco anos a quantidade de processos movidos por usuários contra a gestão estadual de saúde aumentou 92%. No mesmo período, segundo a pesquisa coordenada pelo Professor da Faculdade de Medicina da USP Mário Scheffer, o número de ações judiciais contra planos de saúde no Estado de São Paulo aumentou 631% em primeira instância, e 146% em segunda instância.

É certo que as ações movidas contra a gestão estadual desconsideram os processos do interior do Estado movidos contra as gestões municipais. Mas um comparativo entre os dados coletados pela equipe coordenada por Mário Scheffer e pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo em 2015, e ainda pelo Conselho Nacional de Justiça entre 2011 e 2012, indica que o aumento dos problemas da saúde privada levados à apreciação do Poder Judiciário vem sendo ignorado em boa parte das notícias e análises sobre judicialização da saúde.

Conforme dados da pesquisa coordenada por Mário Scheffer, em 2016 havia 19.025 ações judiciais contra planos de saúde em primeira instância, e 11.377 em segunda instância, somando o total de 30.402 processos em andamento. 

Na relatório "Judicialização em Saúde no Estado de São Paulo" apresentado pela Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo durante a II Jornada de Direito da Saúde, verifica-se que em 2015 havia 43 mil ações judiciais contra as gestões estadual e municipal do SUS.

Na pesquisa "Judicialização da saúde no Brasil - dados e experiências" do Conselho Nacional de Justiça, constata-se que entre 2011 e 2012 foram proferidas 26.838 decisões em segunda instância em processos de saúde, sendo 10.940 em ações contra o SUS e 9.485 em ações contra planos de saúde (vide página 20 do relatório).

Referidos dados sugerem que, embora o número de ações judiciais contra o SUS ainda supere o número de ações contra os planos de saúde no Estado de São Paulo, o maior crescimento de processos vem se dando na área de saúde privada. 

Assim, os dados do Poder Judiciário em São Paulo não corroboram a ideia da privatização como melhor solução para a saúde no Brasil. O SUS não é tão ruim, tampouco os planos de saúde tão bons, como se apregoa nos noticiários. E considerando que o SUS atende 45 milhões de paulistas com pouco (e cada vez menor após a Emenda Constitucional 94) financiamento, e os planos de saúde cobrem (insatisfatoriamente) apenas 18 milhões de pessoas no Estado com todos os incentivos fiscais que recebem, os dados da judicialização da saúde também indicam que o "SUS faz mais e melhor com menos recursos que a saúde privada".

Esses dados também podem indicar que o crescimento da judicialização da saúde no país não se deve apenas ao aumento da busca legítima do Poder Judiciário pelos cidadãos para a efetivação do direito à saúde integral e para o aperfeiçoamento do SUS, mas também aos crescentes abusos praticados pelos planos de saúde. 

Portanto, é preciso um outro olhar (e mais pesquisas) sobre o aumento da judicialização da saúde, e em todos os Estados do Brasil: para que não recaia sobre o SUS e sobre os cidadãos (e suas expectativas legítimas de realização na prática das políticas públicas de saúde) a responsabilidade pelas falhas dos planos de saúde, provenientes da ganância (e da ausência de compromisso com a vida dos associados) das empresas de saúde privada.

E um debate mais democrático, a partir de múltiplos vieses, sem manipulação de dados, substituindo o falso consenso de busca abusiva do Poder Judiciário pelos cidadãos, quando lutam em defesa de seu direito à saúde e à vida digna.


imagem do portal uol


Agradeço as contribuições de Ricardo Teixeira, que compartilhou no facebook a notícia sobre a pesquisa coordenada por Mário Scheffer, e de Rubens Glasberg, que me enviou a notícia sobre as pesquisas da FAPESP por whatsapp.

Fonte:
deboraligieri is offline
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

PACIENTES COM DIABETES TIPO 1 PRECISAM VERIFICAR CETONAS MAIS FREQÜENTEMENTE, DIZ ESTUDO

Muitas pessoas com diabetes tipo 1 não verificam freqüentemente o acúmulo de cetonas, ácidos que podem causar sérios danos aos rins e outros órgãos, de acordo com um estudo americano.
Monitoração de cetona é particularmente importante quando os pacientes com diabetes tipo 1 estão doentes ou têm consistentemente altos níveis de glicose, escreveram os autores em Diabetes Care.
“Cetonas ocorrem quando o corpo queima gordura em vez de usar carboidratos para combustível”, disse a autora principal Anastasia Albanese-O’Neill à Reuters Health por e-mail.
“Se os níveis elevados de glicose e cetonas não forem tratados, há um risco aumentado para uma condição que ameaça a vida chamada cetoacidose diabética, que requer hospitalização”, disse Albanese-O’Neill, pesquisadora de pediatria da Universidade da Flórida, em Gainesville.
Níveis de cetona perigosamente elevados podem acontecer a qualquer pessoa com diabetes, embora o problema seja raro em pessoas com tipo 2, de acordo com a American Diabetes Association.
Pessoas com diabetes tipo 1 perderam a capacidade de produzir insulina, portanto, as cetonas podem ocorrer quando as doses de insulina são perdidas, ou quando os requerimentos de insulina do corpo aumentam devido ao estresse ou doença, disse ela.
“Monitoramento de cetonas como recomendado permite a detecção precoce e tratamento. Os suprimentos de teste de cetona estão disponíveis sem receita médica em uma farmácia local e online”, disse Albanese-O’Neill.
Cerca de 5 por cento das pessoas com diabetes têm o tipo 1, de acordo com a American Diabetes Association.
Diabetes tipo 1 é mais comumente diagnosticado em crianças jovens, e por esse motivo costumava ser chamado de diabetes juvenil. Mas a doença não desaparece, e também pode ser diagnosticada pela primeira vez na idade adulta. Enquanto as crianças geralmente têm cuidadores para ajudá-los a gerenciar a doença, os adultos geralmente precisam gerenciá-lo por si mesmos.
Parte dessa gestão é testar regularmente a urina ou sangue para níveis elevados de cetonas. Para ver o quão bem os pacientes acompanham este requisito, os pesquisadores examinaram dados de cerca de 3.000 pessoas que responderam a um questionário online
Estavam incluídos entre os participantes, pais de crianças de 4 a 12 anos de idade e adultos de 18 a 89 anos.
Mais de 60 por cento dos participantes tinham kits de teste de cetona na urina em casa e 18 por cento tinham monitores de cetona no sangue, descobriram pesquisadores. Mas cerca de um terço dos inquiridos não tinha quaisquer fornecimentos de teste de cetona em suas casas no momento da pesquisa.
Se o custo ou outros fatores são uma barreira para a obtenção de suprimentos, estes precisam ser identificados e corrigidos, disse Albanese-O’Neill.
Globalmente, 30 por cento dos participantes do estudo disseram que nunca verificaram as cetonas, e 20 por cento disseram que raramente verificam. Crianças jovens foram mais propensas a terem sido testadas para cetonas em comparação com adultos.
“Se eles estão incertos quando devem estar verificando os níveis de cetonas, ou não sabem como testar, eles devem pedir à sua equipe de cuidados de diabetes educação e treinamento adicionais. Esta é uma habilidade fundamental da auto-gestão de diabetes para pessoas com diabetes tipo 1”, disse Albanese-O’Neill.
Prestadores de cuidados e educadores em diabetes nunca devem assumir que seus pacientes com diabetes tipo 1 conhecem o protocolo adequado para a monitorização de cetona, acrescentou ela.
“Alguns podem ter sido diagnosticados antes do teste de cetona ser padrão de cuidados, outros nunca podem ter sido ensinados, e ainda outros podem ter ficado tão sobrecarregados com o diagnóstico que o conhecimento foi perdido”, disse Albanese-O’Neill.
A equipe de cuidados do diabetes tem a oportunidade durante as visitas de rotina de avaliar a compreensão dos pacientes sobre o monitoramento de cetona e fornecer educação e treinamento, conforme necessário, disse ela.
“Em algum lugar, uma em torno de 300 ou 400 crianças nos Estados Unidos desenvolve diabetes tipo 1”, disse o Dr. Michael Gottschalk, diretor associado do Centro de Pesquisa de Diabetes Pediátrica da Universidade da Califórnia, San Diego, que não estava envolvido no estudo .
Houve um aumento anual constante de 3% no número de casos na Europa e nos EUA durante a última década, se não mais, acrescentou.
Gottschalk acha que os pais são bons em verificar cetonas em seus filhos pequenos. “Mas quando chega à adolescência isso se torna uma questão apenas em termos de cumprimento, e parece que, obviamente, os adultos não são melhores ou piores do que os adolescentes”, disse ele.

FONTE:

http://www.tiabeth.com/index.php/2017/01/28/pacientes-com-diabetes-tipo-1-precisam-verificar-cetonas-mais-frequentemente-diz-estudo/

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

#MapadoDescasoDMBR: Objetivo1 - Prestação de contas mais clara dos programas de monitoramento glicêmico


Quando iniciei o Mapa do Descaso Diabetes Brasil, em novembro de 2015, acreditava que faltava algo que provasse ao governo que o mau tratamento às pessoas com diabetes não era pontual. O problema é crônico e vem piorando. Convivemos diariamente com a falta de insumos e insulinas que são direitos nossos, médicos desinformados, falta de informação. Ter uma doença crônica já não é fácil, ter que lutar diariamente para sobreviver dificulta mais ainda.

No início, a participação foi maciça, com o recolhimento de vários depoimentos. Mas o gás foi se desfazendo e o número não chegou ao objetivo mínimo para dar os primeiros passos em um processo de lutar por melhores políticas públicas para as pessoas com diabetes no Brasil.

Então, ano novo, pique novo. A situação hoje está muito pior do que em 2015. Vejo diariamente reclamações de pessoas que foram a postos de saúde e não conseguiram achar nada, que foram diagnosticadas de maneira incorreta e que não tem informações sobre os pontos importantes para o sucesso do tratamento.

E o mais relevante para esse reinicio é esclarecer de maneira melhor e mais efetiva quais são os objetivos do Mapa do Descaso. O que pretendemos, o que queremos e pelo que lutaremos usando os dados obtidos com o preenchimento do formulário.

O primeiro deles e o mais importante é:

#1: Exigência de prestação clara de contas, semestral ou anual, do processo de compras de insumos e medicamentos dos programas de automonitoramento glicêmico (AMGs)

Hoje em dia um cidadão comum consegue sim ter acesso aos dados de compras de medicamentos. Mas vocês já tentaram fazer isso? A Lei de Acesso à Informação existe sim! Mas você não encontra em um mesmo lugar quanto entrou de recurso para a compra de insumos e medicamentos advindos dos tributos municipais e de dinheiro encaminhado dos governos federal e estadual. Também não consegue ver de forma clara como foi o processo de compra destes produtos, quanto foi pago por cada insumo e ainda se há previsão e expectativa de aumento dos preços para as próximas compras e aumento médio do número de pacientes. E sem esses dados não conseguimos comprovar se falta ou sobra dinheiro no final disso tudo.

Qualquer pessoa que faça um orçamento pessoal simples tem esse tipo de coisa em uma planilha única sabendo quanto entra de dinheiro e quanto sai para cada coisa, com expectativa e realidade do valor final pago. E ainda quanto sobrou e para onde essa sobra será destinada. Por que não as prefeituras?

Sem esses dados fica fácil dar desculpas como "o fornecedor atrasou a entrega", "o contrato de compra emergencial está sendo feito", e por aí vai! E nós, em nossa ignorância e desconhecimento, acabamos aceitando que essas desculpas esfarrapadas sejam dadas. Não é assim que tem que funcionar. É obrigação dos governos prestarem contas e tem que acabar essa palhaçada de eles prestarem essas contas como querem dificultando o acesso e confundido o cidadão.

Eu quero saber cadê os meus insumos! Pra onde foi o dinheiro que eu paguei de impostos? Quem é o responsável por essa compra? Como é feita? Quanto é pago? Quais são as obrigações das empresas que prestam esse serviço? Há prazos para a entrega dos medicamentos? Há multa caso não entreguem e o paciente fique sem ter como se tratar? O que é feito com o dinheiro dessa multa?

E a melhor maneira de exigirmos essas respostas é mostrando que o problema não é pontual! Não é só em um ou outro posto! Todos estão ficando sem seus insumos, tendo que comprar do próprio bolso, sendo bitributados!

Então participe do Mapa do Descaso Diabetes Brasil! Não recebeu seus insumos? Faltou tira? Seringa? Insulina? Cateter? Qualquer coisa? Entra no formulário do Mapa e preencha com seus dados, contando a sua história.

Seu depoimento é muito importante para que possamos mapear onde o problema é mais grave! Para começarmos a agir. Não fique calado!


http://www.adiabeteseeu.com/2017/02/mapadodescasodmbr-objetivo1-prestacao.html?platform=hootsuite

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

TÉCNICA INADEQUADA DE APLICAÇÃO DE INSULINA PODE LEVAR À LIPO-HIPERTROFIA

O que é lipo-hipertrofia?
A lipo-hipertrofia é um acúmulo anormal de gordura sob a superfície da pele. É mais comumente observada em pessoas que recebem múltiplas injeções diárias de insulina, o que pode causar o aparecimento de “caroços” no subcutâneo, geralmente ocorrendo no abdómen ou nas coxas, dependendo de onde as aplicações de insulina ocorrem com maior frequência. Essas alterações apresentam tamanhos e volumes variáveis, desde nódulos de alguns milímetros até vários centímetros de diâmetro.
O aspecto mais importante dessa alteração é que ela pode interferir na eficácia da terapia insulínica, uma vez que quando a insulina é aplicada nessa massa de tecido gorduroso, pode apresentar um retardo significativo na absorção de insulina, levando o paciente a picos de hiperglicemia. Mais tarde, esse retardo pode levar a uma redução perigosamente baixa dos níveis sanguíneos de glicose, uma vez que a absorção de insulina e a consequente liberação para a corrente sanguínea fica prejudicada num primeiro momento após a injeção e, depois, toda a insulina é liberada mais rapidamente, levando à situação oposta de hipoglicemia. Em resumo, a presença de lipo-hipertrofia pode tornar o gerenciamento glicêmico do diabetes bastante mais difícil.
Outro aspecto importante é que metade das pessoas com diabetes tipo 1 (DM1) apresentam lipo-hipertrofia que se desenvolve dentro de dois anos após o início da terapia insulínica, provavelmente porque a má técnica de injeção é que leva a essa complicação do diabetes.
A figura 1 mostra as lesões de lipo-hipertrofia, ressaltando a variabilidade no tamanho dos nódulos gordurosos do tecido subcutâneo.
Figura 1 – Nódulos de lipo-hipertrofia
Prevenindo a lipo-hipertrofia
Em princípio, a principal causa da lipo-hipertrofia é a utilização do mesmo local para a aplicação de várias doses diárias de insulina. Entretanto, pode haver outros fatores contribuintes para essa alteração, dentre os quais um dos mais importantes fatores de risco está relacionado ao reuso da agulha por várias vezes, quando a recomendação correta seria a utilização de uma agulha nova para cada aplicação.
A rotatividade dos locais de injeção deve ser obedecida. É necessário evitar injeções no mesmo local durante pelo menos duas semanas. Quando injetando em local próximo ao local anterior, deixe uma distância de aproximadamente dois dedos entre uma injeção e outra. Também é importante salientar que a absorção de insulina ocorre em diferentes taxas, dependendo de onde ela é injetada: em geral, o abdome absorve a insulina injetada mais rapidamente, enquanto que as nádegas promovem uma taxa mais baixa de absorção da insulina.
Recomenda-se uma inspeção rotineira dos locais de injeção com o objetivo de se detectar sinais mais precoces de lipo-hipertrofia. Os nódulos podem ser suficientemente pequenos para serem detectados através da palpação cuidadosa da superfície cutânea nos locais de injeção. Com frequência, a área sob a qual exista um nódulo de lipo-hipertrofia se torna menos sensível ao tato, o que acaba tornando a injeção nesses locais um pouco menos dolorosa. Com isso, o paciente acaba selecionando esses locais específicos para aplicar a insulina, acelerando a progressão do tamanho do nódulo.
Como tratar a lipo-hipertrofia?
A boa notícia é que, no decorrer do tempo, os nódulos tornam-se progressivamente menores, sem necessidade de qualquer tratamento adicional, desde que a injeção nesses locais seja feita de acordo com as recomendações para a rotatividade dos locais de injeção. Nos casos mais graves de lipo-hipertrofia, a lipossucção é um processo que remove o nódulo gorduroso que existe sob a pele, mas ainda é um procedimento eficaz para a exclusão definitiva de nódulos grandes nos casos mais graves. A figura 2 mostra uma manifestação bastante pronunciada de lipo-hipertrofia.
Figura 2 – Um caso de manifestação bastante pronunciada de lipo-hipertrofia nas coxas.
Resumo das conclusões e recomendações
A lipo-hipertrofia é uma complicação bastante importante do diabetes, estando primariamente relacionada à aplicação de várias injeções diárias de insulina, principalmente no diabetes tipo 1, onde a frequência de aplicações é costumeiramente mais expressiva. Entretanto, ela também ocorre no diabetes tipo 2, embora com menor frequência. 
Outro grande fator de risco para a lipo-hipertrofia é o reuso abusivo da mesma agulha para a aplicação de várias injeções de insulina, quando a recomendação correta é a de se utilizar uma agulha nova para cada injeção.
Referência bibliográfica
Pietrangelo A. Lipohypertrophy: Pictures and Treatment Options. Healthline 2014. Publicado em 26 de agosto de 2014. Disponível em: http://www.healthline.com/health/diabetes/lipohypertrophy. Acesso em: 14 de abril de 2015.
Informações do Autor

Dr. Augusto Pimazoni Netto
Coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim – Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
E-mail: pimazoni@uol.com.br

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O PULMÃO DIABÉTICO

É bem sabido que a diabetes pode afetar o nosso coração e rim. No entanto, além deles, há outra parte do nosso corpo que também pode ser afetada negativamente pela diabetes, que são nossos pulmões. Comer alimentos gordurosos e viver um estilo de vida nada saudável pode afetar negativamente os pulmões, e se você é diabético esses efeitos são mais proeminentes. Além disso, as pessoas com diabetes são mais propensas a ter determinadas doenças pulmonares do que as pessoas sem diabetes. A diabetes também tem um impacto sobre a função pulmonar.
De acordo com um estudo publicado na revista Diabetes Care, os adultos, tanto com diabetes tipo 1 ou tipo 2, são 8% mais propensos a ter asma, 22% mais propensos a ter doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), 54% mais propensos a ter fibrose pulmonar, e quase duas vezes mais probabilidade de ter sido hospitalizado por pneumonia.
diabetes quando descontrolado enfraquece sua imunidade, tornando-o mais suscetível a infecções como pneumonia. Além da diabetes não controlada, problemas renais, hepáticos ou cardíacos, assim como asma ou fibrose cística, todos podem aumentar o risco de contrair pneumonia. A DPOC é uma limitação de ar, devido ao inchaço, inflamação e subsequente formação de cicatrizes nos pulmões.
As pessoas com diabetes tipo 1, principalmente, devido ao sistema imunológico, se tornam mais suscetível ao resfriado, gripe ou outra doença transmissível. Elas ainda necessitam de mais tempo para se recuperar. Isso pode ter um efeito significativo sobre os níveis de açúcar no sangue e na gestão global do diabetes.
Se você tem diabetes tipo 2, você tende a ter de 3% a 10% menor volume pulmonar do que os adultos que não têm a doença. Uma função pulmonar reduzida geralmente não causa grande problema. No entanto, se você é obeso, fuma ou tem doença pulmonar, pode ser uma situação problemática. Especialistas sugerem que é a inflamação a culpada por tudo isso. Diabéticos podem ter elevado nível de compostos inflamatórios. Um estudo publicado na Diabetes Care descobriu que marcadores elevados de inflamação estavam ligados à baixa função pulmonar.
Se você é diabético e tem qualquer dificuldade para respirar livremente, você deve conversar com seu médico. Tente manter o nível do seu açúcar no sangue sob controle para ter uma boa função pulmonar.
Referência:
  1. https://www.diabetes.co.uk/diabetes-complications/lung-conditions.html

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

PROJETO NO SENADO TORNA OBRIGATÓRIO EXAME PARA IDENTIFICAÇÃO DE DIABETES

Exames para a identificação da diabetes mellitus poderão se tornar obrigatórios para admissão e para o desligamento do trabalhador, conforme estabelece um projeto (PLS 380/2016) apresentado pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
À espera da indicação de relator na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), o projeto faz alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Lei dos Diabéticos (Lei 11.347/2006). Também estabelece que o teste para diabetes poderá ser feito, conforme indicação médica, nos exames periódicos do trabalhador, e que o poder público implementará políticas de prevenção e diagnóstico precoce da diabetes mellitus.
Na justificativa do projeto, Caiado registra que a diabetes é uma doença crônica de grande prevalência no Brasil e no mundo. Em geral, as estatísticas apontam uma incidência próxima a 10% da população. O senador, que é médico, destaca que a doença é uma das principais causas de cegueira, insuficiência renal crônica, dores nas pernas e nos braços, além de causar deformidades articulares e até amputações. A doença também pode provocar infarto, infeções e acidente vascular cerebral.
Caiado lembra que a doença é classificada em tipo 1 — de início brusco e de maior incidência na infância e na adolescência — e tipo 2, assintomática no início e mais comum em adultos e idosos. Normalmente, a tipo 2 vem associada a fatores como obesidade e sedentarismo.
Daí, na visão do autor, a importância do projeto, “pois o diagnóstico precoce da diabetes do tipo 2 é fundamental para a instituição tempestiva do tratamento de modo a prevenir maiores complicações”. Segundo Caiado, a medida “certamente acarretaria efetiva redução das taxas de morbidade e mortalidade relacionadas à doença”.

http://www.tiabeth.com/index.php/2016/12/25/projeto-no-senado-torna-obrigatorio-exame-para-identificacao-de-diabetes/