O MAPA DO DESCASO E UMA FERRAMENTA INFORMATIVA DO BLOG A DIABETES E EU.
[MAPA DO DESCASO] SALDO DO PRIMEIRO MÊS, APENAS O PRIMEIRO PASSO
Por Luana Alves
O Mapa do Descaso foi criado no dia 14 de Novembro, Dia Mundial do Diabetes, como uma maneira de mostrar que há sim situações de descaso com os pacientes com diabetes no Brasil. E não são poucos.
Contando apenas com depoimentos espontâneos, em um mês, o mapa registrou 111 casos.
Desses, 86,5% eram do tipo 1. Outros 10,8% eram do tipo 2. Dois registros foram de pacientes tipo LADA e um registro de tipo desconhecido.
Enquanto 14 foram em unidades particulares ou atendidas por convênio.
O maior número de denúncias veio de pessoas entre 31 e 40 anos, com 27 registros. Seguido de perto pelos pacientes com idade entre 11 e 20 anos e 21 e 30 anos, ambos com 22 casos.
Os idosos são os que menos participaram.
Lembrando que muitos casos registrados como homem são crianças, ou seja, suas mães é que fizeram os registros.
Já quando falamos em tipo de denúncia: falta de medicamento de alto custo (aqueles ganhos em processos administrativos ou judiciais disparam na frente) com 40,5% dos registros. Um total de 45 das 111 denúncias.
Esse tipo é seguido de perto pela falta de insumos nos postos (tiras reagentes, seringas, insulina...) com 38 casos, somando 34,2%.
Mas espanta também a quantidade de casos relacionados a erros médicos, sejam eles de diagnóstico, atendimento em pronto-socorro ou de orientação médica. Juntos, eles somam 14% dos casos. Um total de 16 denúncias.
Esse primeiro mapa mostra a concentração de casos. O estado de São Paulo se destaca com 45 casos (40,5% dos registros), seguido por Rio de Janeiro com 16 denúncias e Minas Gerais com 13. Quinze dos 26 estados brasileiros participaram dessa primeira fase.
O mapa abaixo, mais completo, mostra os tipos de denúncia e onde elas estão localizadas pelo Brasil. Clicando em cada círculo há um descritivo de casa caso:
Os dados só corroboram o que todos as pessoas com diabetes no Brasil já sabem: falta atenção a quem tem a doença. Falta atendimento médico de qualidade, falta estrutura de apoio nos hospitais e ambulatórios, falta responsabilidade da rede pública de distribuição de medicamentos e insumos, falta tratamento mais eficaz e falta respeito ao portador.
A diabetes é uma doença crônica que mata 8 pessoas por segundo no mundo, segundo dados da IDF. Segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade por diabetes subiu 38% em uma década. Além disso, registros mostram que essa doença mata quatro vezes mais do que a AIDS no Brasil.
Mesmo assim, o número de pacientes continua crescendo. Órgãos de saúde preferem gastar mais tratando complicações do que tratando a doença. Um paciente com tratamento adequado vê diminuída exponencialmente as chances de desenvolver qualquer complicação.
Por isso, o que se quer é tratamento justo e adequado. Tratamento de qualidade. Médicos que saibam com o que estão lidando, que conheçam os pormenores da doença. Secretarias de saúde com medicamentos mais avançados e entregues na data certa e na quantidade correta.
Com essa finalidade o mapa foi feito e será atualizado até que autoridades percebam a importância de políticas públicas adequadas, que atendam essa população que já ultrapassa a faixa dos 13 milhões no país.
Ajude você também a dar voz ao mapa. Dê seu depoimento em bit.ly/mapadodescaso
Fontes:
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/mortalidade-do-diabetes-sobe-38-em-uma-decada-no-brasil/
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/11/13/diabetes-mata-4-vezes-mais-que-aids-no-brasil-mostra-balanco-do-ministerio-da-saude.htm
http://economia.ig.com.br/2012-11-16/paciente-com-diabetes-no-brasil-gasta-r-59-mil-por-ano-com-tratamento.html