As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. A alta prevalência das DCNT está relacionada a fatores de risco modificáveis como tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada e uso nocivo de álcool.
No Brasil, foram responsáveis, em 2012, por 74% do total de mortes, com destaque para as doenças do aparelho circulatório (30,4% dos óbitos), as neoplasias (16,4%), o diabetes (5,3%) e as doencas respiratórias (6,0%) (OMS,2014)
O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011 – 2022 visa preparar o país para enfrentar e deter, em dez anos ,estas doenças , pois constituem o problema de saúde de maior magnitude e atinge fortemente camadas pobres da população e grupos mais vulneráveis, como a população de baixa escolaridade e renda.
O consumo de alimentos doces, ao lado do consumo de refrigerantes, é responsável por parte substancial do consumo de açúcar adicionado no Brasil (Levy et al 2012).
O Vigitel compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco de Doenças do Ministério da Saúde e monitora por inquérito telefônico a frequência e distribuição dos principais determinantes das DCNT.
O consumo de alimentos doces foi estimado pelo Vigitel a partir de questão que indagou sobre a frequência semanal do consumo de sorvetes, chocolates, bolos, biscoitos ou doces.
Em 2013, no conjunto das 27 cidades, a frequência do consumo de alimentos doces em cinco ou mais dias da semana foi de 19,5%, sendo maior entre mulheres (21,6%) do que entre homens (16,9%). Já em 2014 esta frequência caiu para 18,1%, sendo ainda maior entre mulheres (20,3%) do que entre homens (15,6%).
Em ambos os sexos, nos dois anos, a frequência é maior entre os mais jovens (18 a 24 anos) e tendeu a aumentar de acordo com o nível de escolaridade.
No conjunto das 27 cidades, a frequência do consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana foi de 23,3% em 2013 e 20,8% em 2014 sendo mais alta entre homens (26,7% em 2013 e 23,9% em 2014) do que entre mulheres (20,4% em 2013 e 18,2% em 2014). Essa condição foi observada em um terço dos indivíduos na faixa etária entre 18 e 24 anos.
Em 2013, no conjunto das 27 cidades, a frequência do diagnóstico médico prévio de diabetes foi de 6,9%, sendo de 6,5% entre homens e de 7,2% entre mulheres. Já em 2014 esta frequência subiu para 8,0%, sendo de 7,3% entre homens e de 8,7% entre mulheres. Em ambos os sexos, o diagnóstico da doença se tornou mais comum com o avanço da idade, em particular após os 45 anos. Aproximadamente um quarto dos indivíduos com 65 ou mais anos de idade referiram diagnóstico médico de diabetes (24,4%). Em ambos os sexos, a frequência de diabetes diminuiu intensamente com o nível de escolaridade dos entrevistados.
Apesar da possibilidade de subestimação na informação autorreferida, o VIGITEL indicou um contingente de mais de 9 milhões de adultos brasileiros com diagnóstico de diabetes.
O objetivo do Plano de Enfrentamento de DCNT é promover o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências para a prevenção e o controle das DCNT e seus fatores de risco e fortalecer os serviços de saúde voltados às doenças crônicas. Além disso, alguns dos fatores de risco conhecidos são potencialmente modificáveis, o que os tornam alvos importantes de políticas públicas com certo potencial de sucesso.
A vigilância da prevalência e características de adesão a fatores protetores e de risco já conhecidos constituem-se como o principal instrumento nessa tarefa, permitindo aferir as exposições atuais e as tendências futuras, possibilitando a análise e construção de cenários de riscos prospectivos.
Referências bobliográficas:
1. BRASIL. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Disponível na internet via http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/671-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/doencas-cronicas-nao-transmissiveis/14139-plano-de-acoes-estrategicas-para-o-enfrentamento-das-doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt-no-brasil-2011-2022. Em 21 de Agosto/2015.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2013: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.120p.: il. –(Série G. Estatística e Informação em Saúde)
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2014 : vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.152 p.: il.
4. LEVY, R. B. et al. Disponibilidade de açúcares de adição no Brasil: distribuição, fontes alimentares e tendência temporal. Rev. Bras. Epidemiol., [S.l.], v. 15, p. 3¬12, 2012.
5. WORLD Health Organization: Noncommunicable Diseases (NCD) Country Profiles, 2014.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2013: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.120p.: il. –(Série G. Estatística e Informação em Saúde)
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2014 : vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.152 p.: il.
4. LEVY, R. B. et al. Disponibilidade de açúcares de adição no Brasil: distribuição, fontes alimentares e tendência temporal. Rev. Bras. Epidemiol., [S.l.], v. 15, p. 3¬12, 2012.
5. WORLD Health Organization: Noncommunicable Diseases (NCD) Country Profiles, 2014.
FONTE: https://www.diabetes.org.br/publico/temas-atuais-sbd/1755-vigilancia-na-adesao-a-mudancas-de-habitos-alimentares-para-prevencao-do-diabetes