sábado, 9 de junho de 2018

Pacientes e médicos cobram do SUS oferta de insulina.

Medicamento foi comprado, mas faltam agulhas. O governo não deu prazo para que o problema seja resolvido
Pacientes e médicos cobraram uma solução para a introdução da insulina análoga de ação rápida no Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento atende pessoas com diabetes tipo 1. O governo comprou a insulina e parte do equipamento para a aplicação, mas esqueceu as agulhas. 
Cleia Viana/Câmara dos deputados
Audiência Pública para debater sobre o acesso aos insumos, medicamentos e ao tratamento para diabetes no SUS
Debate na Comissão de Seguridade sobre diabetes, doença que atinge 16 milhões de brasileiros
Em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (5), Arnoldo de Oliveira Júnior, representante do Ministério da Saúde, não deu prazo para que o problema seja resolvido. Ele reconheceu que há má gestão na distribuição de medicamentos, dificuldades nas licitações e falta de remédios no mercado. 

Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Hermelinda Pedrosa, 80% do orçamento da saúde no Brasil são gastos com as chamadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como o diabetes. "A gente fica pensando nas transmissíveis, como febre amarela, dengue, malária, que são importantes, mas o impacto devastador, social e onômico de alteração da qualidade de vida é
capitaneado infelizmente pelas DCNTs", alertou.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 16 milhões de brasileiros têm diabetes. Mas por falta de investimentos na prevenção da doença, outros 7 milhões ainda não estão com o diagnóstico fechado. Quem já sabe que tem a doença enfrenta falta de insumos e medicamentos.
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Vanessa Pirolo, da Associação de Pacientes com Diabetes, relatou que, na região de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, por exemplo, algumas pessoas acabam machucando a ponta dos dedos, porque não existe equipamento adequado para fazer o teste de glicemia. 

"Nós precisamos ter acesso aos tratamentos adequados, à tecnologia adequada, de acordo, é claro, com a eficiência da tecnologia e muitas vezes tem que ser um passo a passo. Mas não ter lanceta para pessoa furar o dedo, é uma conta muito burra", lamentou.
Poucos médicos
Outro número considerado alarmante foi exposto durante a discussão: são apenas 5 mil endocrinologistas para fazer a prevenção e o tratamento do diabetes em todo o País.
Por isso, um consenso entre os profissionais é que uma melhor qualificação das equipes de saúde para o combate à doença poderia contornar essa falta de médicos, como explica a deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), autora do requerimento para realização da audiência. 

"Tem uma grande proposta de uma educação continuada que pode ser a distância para todos os trabalhadores da área da saúde", recomendou.

Frente Parlamentar
Depois da audiência pública, foi formalizada a criação da Frente Parlamentar Mista pela Causa do Diabetes. Uma das propostas do grupo é trabalhar pela aprovação do projeto de lei (PL 6754/13) que estabelece a Política Nacional de Prevenção do Diabetes e de Assistência Integral à Pessoa Diabética. A proposta já passou pela Câmara e agora está sendo examinada pelo Senado.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem - Cláudio Ferreira
Edição - Geórgia Moraes

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Fonte:http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/558482-PACIENTES-E-MEDICOS-COBRAM-DO-SUS-OFERTA-DE-INSULINA.html

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