Com o objetivo de
ajudar pacientes que sofrem de diabetes e câncer, o endocrinologista e
metabologista, Cláudio Ambrósio, natural do município de Muriaé (MG), criou um
pâncreas biônico – técnica de aplicação de conhecimentos de biologia na solução
de problemas de engenharia e design.
O protótipo – produto
em fase de testes ou em planejamento de um projeto – conta com três partes: a
bomba de glicose, o modem que fica com o assistido e o celular do médico, que
poderá dar o comando de onde estiver.
A invenção já foi
patenteada nos Estados Unidos, Europa e América do Sul. O G1 conversou com o médico, Cláudio Ambrósio,
que informou que está em busca de um parceiro para colocar o equipamento em
prática.
IDEIA
De acordo com Ambrósio,
tudo começou há sete anos. “Como eu sou professor convidado em uma universidade
da Califórnia, eu levei o projeto para ser avaliado por vários professores.
Pedi também para agendar com vários especialistas da área”.
Conforme o
endocrinologista, após as conversas ele começou a acreditar na ideia. “Com esse
empurrão, eu tomei coragem de acreditar que eu tive uma ideia inovadora. A
gente sempre pensa como ninguém nunca pensou nisso antes”. Com isso, o médico
solicitou a patente, que foi registrada.
Endocrinologista e metabologista, Cláudio Ambrósio, criador do pâncreas biônico |
FUNCIONAMENTO
Ao G1, Cláudio afirmou que a intenção é que o órgão
possa ser monitorado e tenha baixo custo, a fim de poder beneficiar pessoas de
diferentes classes sociais.
“Eu quis simplificar e
baratear o máximo possível pra todos as pessoas poderem ter acesso – desde a de
mais poder aquisitivo até as pessoas mais simples, e principalmente países como
a África, por exemplo, onde as condições são mais difíceis”.
Segundo o médico, a
principal diferença do aparelho para os que já estão circulando no mercado, é
que ele é capaz de medir a hipoglicemia – distúrbio provocado pela baixa
concentração de glicose no sangue e que pode afetar pessoas portadoras ou não
de diabetes.
EM
PRÁTICA
Como exemplo, o
metabologista exemplificou o caso de uma pessoa com câncer. “Neste evento, o
órgão será retirado da pessoa e, após isso, o pâncreas biônico será implantado
no corpo do paciente, que fará as mesmas funções”, contou.
O equipamento será
instalado do lado de fora do corpo do paciente. “Na próxima fase será o
desenvolvimento, a refinação. Vamos fazer os testes clínicos exigidos, por
exemplo, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para depois
ficar disponível”.
Para a reportagem,
Ambrósio ainda explicou que “o fato de fazer o teste em humanos é apenas uma
necessidade técnica e legal”, finalizou.