quarta-feira, 27 de novembro de 2019

MÉDICO BRASILEIRO CRIA ‘PÂNCREAS BIÔNICO’ PARA AJUDAR PACIENTES QUE SOFREM DE DIABETES


Com o objetivo de ajudar pacientes que sofrem de diabetes e câncer, o endocrinologista e metabologista, Cláudio Ambrósio, natural do município de Muriaé (MG), criou um pâncreas biônico – técnica de aplicação de conhecimentos de biologia na solução de problemas de engenharia e design.
O protótipo – produto em fase de testes ou em planejamento de um projeto – conta com três partes: a bomba de glicose, o modem que fica com o assistido e o celular do médico, que poderá dar o comando de onde estiver.
A invenção já foi patenteada nos Estados Unidos, Europa e América do Sul. O G1 conversou com o médico, Cláudio Ambrósio, que informou que está em busca de um parceiro para colocar o equipamento em prática.

IDEIA

De acordo com Ambrósio, tudo começou há sete anos. “Como eu sou professor convidado em uma universidade da Califórnia, eu levei o projeto para ser avaliado por vários professores. Pedi também para agendar com vários especialistas da área”.
Conforme o endocrinologista, após as conversas ele começou a acreditar na ideia. “Com esse empurrão, eu tomei coragem de acreditar que eu tive uma ideia inovadora. A gente sempre pensa como ninguém nunca pensou nisso antes”. Com isso, o médico solicitou a patente, que foi registrada.

Endocrinologista e metabologista, Cláudio Ambrósio, criador do pâncreas biônico  — Foto: Cláudio Ambrósio/Arquivo Pessoal
Endocrinologista e metabologista, Cláudio Ambrósio, criador do pâncreas biônico
FUNCIONAMENTO

Ao G1, Cláudio afirmou que a intenção é que o órgão possa ser monitorado e tenha baixo custo, a fim de poder beneficiar pessoas de diferentes classes sociais.
“Eu quis simplificar e baratear o máximo possível pra todos as pessoas poderem ter acesso – desde a de mais poder aquisitivo até as pessoas mais simples, e principalmente países como a África, por exemplo, onde as condições são mais difíceis”.
Segundo o médico, a principal diferença do aparelho para os que já estão circulando no mercado, é que ele é capaz de medir a hipoglicemia – distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no sangue e que pode afetar pessoas portadoras ou não de diabetes.

EM PRÁTICA

Como exemplo, o metabologista exemplificou o caso de uma pessoa com câncer. “Neste evento, o órgão será retirado da pessoa e, após isso, o pâncreas biônico será implantado no corpo do paciente, que fará as mesmas funções”, contou.
O equipamento será instalado do lado de fora do corpo do paciente. “Na próxima fase será o desenvolvimento, a refinação. Vamos fazer os testes clínicos exigidos, por exemplo, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para depois ficar disponível”.
Para a reportagem, Ambrósio ainda explicou que “o fato de fazer o teste em humanos é apenas uma necessidade técnica e legal”, finalizou.




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