- O Coronavírus pode ser transmitido pelos alimentos?
Não há nenhuma evidência a esse respeito. Esse grupo de vírus é sensível às temperaturas normalmente utilizadas para cozimento dos alimentos (em torno de 70ºC). A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, pelo contato próximo com um indivíduo infectado ou por contágio indireto, ou seja, por meio de superfícies e/ou objetos contaminados, principalmente pela tosse e espirro de pessoas infectadas.
Vale a pena então seguir todas as recomendações de higiene pessoal (principalmente a lavagem das mãos) e ao chegar do mercado com os alimentos é necessário higienizar os produtos (caixas, latas, embalagens) com água e sabão ou borrifar álcool 70% ou solução clorada. Retire as frutas e hortaliças das embalagens e antes de consumir as frutas, verduras e legumes crus lave em água corrente e higienize com hipoclorito de sódio diluído.
2-Quais os principais cuidados de higiene ao manipular alimentos e cozinhar?
Antes de manusear qualquer alimento é fundamental lavar as mãos corretamente com sabão/sabonete e bastante água corrente, não esquecendo das regiões entre os dedos, pontas dos dedos, dorso das mãos, pulsos e antebraços. A forma correta de lavar as mãos vem sendo amplamente divulgada pela internet, como, por exemplo, pelo site da ANVISA (www.anvisa.gov.br).
Antes de consumir frutas, verduras e legumes crus, lave em água corrente e sanitize com hipoclorito de sódio. Ele deve ser usado sempre diluído (ver as instruções de diluição no rótulo do produto) e depois enxágue em água abundante.
Para caixas, vidros e sacos de produtos que serão armazenados, higienize com álcool 70% antes de guardá-los. Procure também higienizar sacolas de compras reutilizáveis com álcool 70%.
3-A alimentação pode prevenir o contágio pelo Coronavírus?
Não existe nenhum tipo de dieta milagrosa, medicamento ou suplemento que possa prevenir o contágio do Coronavírus. O que podemos fazer é reforçar a higienização, limitar o contato social e melhorar o nosso sistema imunológico dando atenção especial a uma alimentação saudável e planejada ao longo do dia. Prefira alimentos naturais (frutas verduras e legumes) e evite consumir alimentos industrializados ricos em gorduras e açúcares. Esse cuidado também favorece melhor controle da sua glicemia.
4-Como a alimentação pode melhorar o sistema imunológico?
Uma boa nutrição, além de um bom controle glicêmico, fortalece o sistema imunológico e auxilia na proteção de diversas doenças.
- Alimentos ricos em vitamina C como (limão, laranja, abacaxi, goiaba, vegetais crus) possuem impacto positivo sobre o sistema imunológico protegendo o organismo contra infecções e estimulando a formação de anticorpos.
- Carnes, Grãos (feijão, lentilha, ervilha), vegetais verdes escuros são alimentos fonte de ferro e já se sabe que a deficiência desse mineral está associada a uma resposta imune deficiente. Para melhorar a absorção do ferro na alimentação recomenda-se o consumo combinado com um alimento fonte de vitamina C (temperar a salada com limão ou consumir uma laranja de sobremesa no almoço ou no jantar)
- O Zinco é essencial para o bom funcionamento do nosso sistema imunológico e podemos encontrar esse nutriente nos cereais integrais, feijões e frutas oleaginosas (nozes, castanhas e amêndoas), carnes em geral, aves e frutos do mar.
- A vitamina A age estimulando a fagocitose, processo que auxilia no combate ao vírus, bactérias e invasores em geral. As principais fontes são os alimentos alaranjados como cenoura, mamão, abóbora, além de ovos, manga, couve, espinafre, pimentão vermelho, leite e derivados.
- A castanha do Brasil (mais conhecida como castanha do Pará) é rica em selênio que possui ação antioxidante e auxilia diretamente na proteção e fortalecimento da imunidade. Duas unidades de castanha ao dia são suficientes para suprir essa necessidade.
- Probióticos são encontrados em iogurtes, bebidas lácteas fermentadas, kefir e kombuchá. Esses alimentos são importantes para manter boa saúde intestinal já que os probióticos possuem efeito imunoestimulante e também favorecem a absorção dos nutrientes. Capriche também nos alimentos ricos em fibras que possuem ação prebiótica e também contribuem para uma boa saúde intestinal (chuchu, chicória, biomassa de banana verde, alho, cebola, entre outros…).
5- O consumo de proteínas é importante para a imunidade?
Sim. A deficiência de proteína na dieta prejudica a função imunológica. Os aminoácidos têm papel importante na regulação das células de defesa do organismo. Para garantir o consumo proteico é importante consumir carne, frango, peixe, ovos, leite e derivados, feijão e leguminosas e castanhas e oleaginosas.
6-Existe shot da imunidade ou algum protocolo nutricional para prevenção da COVID-19?
Não existem protocolos técnicos e nem evidências científicas que sustentem alegações milagrosas como o uso de shots, superalimentos (superfoods), chás, sucos e até soroterapias por infusão endovenosa de nutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes e outros nutrientes e compostos). Sem dúvidas, uma alimentação rica em micronutrientes (vitaminas e minerais), antioxidantes e compostos bioativos age na prevenção de doenças e na proteção do sistema imunológico, mas é importante destacar que não existe alimento milagroso. Por isso, mantenha o equilíbrio entre alimentação e outros cuidados associados ao estilo de vida, como a prática regular de atividade física, gerenciamento de estresse, qualidade do sono e controle glicêmico.
Confira a Nota Oficial do Conselho Federal de Nutricionistas sobre o assunto: https://www.cfn.org.br/index.php/destaques/19913/
7- Existe relação entre vitamina D e COVID-19?
Provavelmente sim. Um estudo preliminar da Universidade de Turim, submetido para publicação dia 25 de março de 2020, associa um possível papel preventivo e terapêutico da Vitamina D no tratamento da pandemia de COVID-19. Os dados alertam, sobretudo, para o risco da hipovitaminose D. Inúmeras evidências científicas indicam que a obtenção de níveis plasmáticos adequados de vitamina D é necessária pelo seu papel imunomodulador, o que pode ajudar na resistência a infecções e prevenir inúmeras doenças, incluindo as do trato respiratório. A associação com infecção por COVID-19 ainda carece de mais evidências científicas, mas é considerada provável. Os primeiros dados preliminares, coletados atualmente em Turim, indicam que os pacientes com COVID-19 têm uma prevalência muito alta de hipovitaminose D.
Neste sentido, é recomendada a exposição adequada à luz solar (cerca de 20 minutos, 3x por semana), aumentar o consumo de alimentos ricos em vitamina D (como peixes, cogumelos, ovos e leites e derivados) e, quando houver a prescrição de médico ou nutricionista, a utilização de suplementos. A auto prescrição de vitamina D não é recomendada de maneira nenhuma e é importante destacar que o excesso de vitamina D pode acarretar riscos para a saúde.
Essa recomendação é especialmente importante para indivíduos infectados e para os grupos de risco, como parentes dos infectados, profissionais de saúde, idosos, gestantes, e pode se estender também aos indivíduos com diabetes. Apesar de haver divergências nos valores recomendados pela literatura, os autores sugerem como valores aceitáveis acima de 20ng/ml para população geral e 30ng/ml para idosos.
FONTE:
https://www.diabetes.org.br/covid-19/recomendacoes-nutricionais-e-covid-19/
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