sexta-feira, 31 de julho de 2020

Fique Atento: Ampliação da validade das receitas para pacientes crônicos em todo Brasil.

Foi publicada, em 20/03/2020, a Nota Informativa Nº1/2020-SCTIE/GAB/SCTIE/MS sobre as recomendações para reorganização dos processos de trabalho nas farmácias e para a dispensação de medicamentos em situação da epidemia de COVID-19. Os tratamentos cuja Autorização de Procedimentos Ambulatoriais (APAC) terminem entre março de 2020 e maio de 2020, poderão ser renovados automaticamente, sem a apresentação de Laudo de Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamento (LME) e prescrição médica, por período adicional de três meses.

A SBD agradece a publicação da Nota Informativa, solicitada formalmente por esta sociedade, com o objetivo de evitar a suspensão do tratamento das pessoas com doenças crônicas, neste momento, da epidemia do COVID-19, em nosso país.

https://www.diabetes.org.br/publico/images/Recomendacoes-para-reorganizacao-dos-processos-de-trabalho-nas-farmacias-e-para-a-dispensacao-de-medicamentos.pdf


Debora Aligieri

Advocacy da SBD

Karla Melo

Coordenadora do Deptº de Saúde Pública, Epidemiologia, Economia em Saúde e Advocacy da SBD

Domingos Malerbi

Presidente da SBD

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Metformina ligada ao menor risco de morte por COVID-19 em mulheres.

Mulheres que tomam a metformina, amplamente utilizada em tratamento para diabetes, podem estar em menor risco para a COVID-19 fatal, de acordo com um estudo publicado, mas que ainda não foi revisado. Entre os mais de 6.200 adultos com diabetes ou obesidade e seguro que foram hospitalizados com COVID-19, houve menos óbitos entre mulheres que utilizavam metformina por 90 dias do que entre aquelas que não utilizavam o medicamento.

Após o ajuste para outros fatores de risco tiveram de 21% a 24% menos chances de morrer da doença. Essa observação não foi vista em homens. “Sabemos que a metformina tem efeitos diferentes entre homens e mulheres. No estudo de prevenção do diabetes, a metformina reduziu o PCR (Proteína C-reativa) duas vezes mais em mulheres do que em homens”, disse à Reuters a coautora do estudo Carolyn Bramante, da Universidade de Minnesota. “A metformina também diminui os níveis de TNF-alfa, uma proteína de inflamação que parece piorar a COVID-19”, disse ela.

Estudos sugerem que a metformina pode reduzir os níveis de TNF-alfa em extensão maior nas mulheres do que nos homens, acrescentou. “O fato de termos visto o benefício apenas em mulheres, e o fato de que a metformina reduz o TNF-alfa em camundongos fêmeas, pode sugerir que os efeitos TNF-alfa da metformina são o motivo pelo qual ajuda na COVID-19”, disse Bramante. Ensaios clínicos formais são necessários para confirmar as teorias levantadas por este estudo observacional. Metformina é um medicamento seguro, barato e amplamente disponível, tornando-o “um tratamento muito realista”, se comprovado em ensaios maiores, acrescentou. (bit.ly/317D2yi)

Diabetes e a Pandemia de Covid-19

Fonte: Metformin tied to lower risk of COVID-19 death in women  – Carolyn Bramante University of Minnesota. Disponível em: HEALTH NEWS – JUNE 22, 2020


sexta-feira, 19 de junho de 2020

Grupo Gada inicia distribuição de 6.000 mil máscaras a população de Cajazeiras. Confira!

O Grupo de Amigos Diabéticos em Ação (GADA) tendo como Presidente o jovem, Ronaldo Rodrigues anunciou que iniciou a distribuição das 6.000 mil máscaras reutilizáveis confeccionadas pelo grupo em apoio com a empresa Novonordisk Brasil.

Segundo Ronaldo Rodrigues as máscaras estão sendo distribuídas a população do município que se encontra em situação de vulnerabilidade social, como as pessoas que apresentam doenças crônicas como o diabetes.


Ronaldo também enfatizou que alguns municípios que compõem a regional de saúde, polarizados por Cajazeiras também irão receber as doações.

Em Maio de 2020 o Grupo Gada lançou a campanha denominada “Máscara Solidária” visando auxiliar nas ações de enfrentamento ao COVID-19. Disponibilizando do apoio de costureiras voluntárias para confecção das máscaras e desenvolvimento do projeto.

Para Ronaldo Rodrigues: “Esse é um momento de união e nossa instituição está fazendo seu papel social, sempre buscando defender a garantia de direitos das pessoas que convivem com diabetes” finalizou o Presidente do Gada.

 

Com Assessoria do GADA


sexta-feira, 5 de junho de 2020

Diabetes e doença cardiovascular no cenário da COVID-19.

Todos nós sabemos que o paciente com diabetes e, sobretudo o diabetes tipo 2, que é o diabetes que se inicia normalmente a partir dos 35 – 40 anos de idade, essa população é muito vulnerável a complicações, sobretudo as complicações cardiovasculares, dentre elas por exemplo o infarto agudo do miocárdio. Já existe um risco nesta população duas a quatro vezes maior do que a população que não tem diabetes para doenças cardiovasculares e em decorrência disto, de mortalidade cardiovascular. 

Atualmente nós vivenciamos uma terrível situação relacionada à COVID-19, é o novo coronavírus, que tem ceifado vidas de muitos brasileiros e em todo o mundo. Se analisarmos especificamente a população com diabetes, essa população é um dos grupos chamados de grupo de risco porque a pessoa com diabetes como um todo já tem intuitivamente um quadro de inflamação em decorrência, sobretudo da gordura visceral, um aumento da gordura no abdome e alteração da glicemia, chamada hiperglicemia. Então temos a resistência insulínica que vem da gordura visceral promove mais inflamação, e independentemente disso, a própria hiperglicemia também induz um quadro de inflamação e essas situações todas impõem um risco cardiovascular exacerbado na população com diabetes.

Então o que nos podemos recomendar para a população com diabetes como um todo é que se mantenha muito bem controlado do ponto de vista glicêmico, que mantenha todo o isolamento recomendado pelas autoridades de saúde pública em todo mundo e também do Brasil, e que a partir de então, mantendo a glicemia muito bem controlada esses pacientes com diabetes prevenirão as complicações cardiovasculares que decorrem desta situação, porque nós sabemos que pelo quadro de inflamação esse paciente com diabetes está mais disposto ao risco cardiovascular.

Nós também estamos vivenciando uma época de muito estresse emocional em decorrência desta situação e o estresse pode também potencializar o risco cardiovascular, então a nossa recomendação é primeiro manter o paciente com diabetes muito bem controlado, segundo manter todas as recomendações do isolamento social. Com isso nós não só diminuímos efetivamente o risco de contaminação pela COVID, e eventualmente, uma vez apresentado infelizmente a exposição a esse vírus, o paciente com diabetes bem controlado, de maneira ou de outra estaria prevenindo a potencialização das complicações que estão presentes na população com diabetes.


Diabetes tipo 2 com doença cardiovascular – Jardiance ...

Autor: Dr. Ruy Lyra da Silva Filho

Professor de Endocrinologia da Universidade Federal de Pernambuco

Coordenador do Departamento de Doenças Cardiovasculares da SBD

terça-feira, 19 de maio de 2020

Recomendações Nutricionais e COVID-19.

  1. O Coronavírus pode ser transmitido pelos alimentos?

Não há nenhuma evidência a esse respeito. Esse grupo de vírus é sensível às temperaturas normalmente utilizadas para cozimento dos alimentos (em torno de 70ºC). A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, pelo contato próximo com um indivíduo infectado ou por contágio indireto, ou seja, por meio de superfícies e/ou objetos contaminados, principalmente pela tosse e espirro de pessoas infectadas.

Vale a pena então seguir todas as recomendações de higiene pessoal (principalmente a lavagem das mãos) e ao chegar do mercado com os alimentos é necessário higienizar os produtos (caixas, latas, embalagens) com água e sabão ou borrifar álcool 70% ou solução clorada.  Retire as frutas e hortaliças das embalagens e antes de consumir as frutas, verduras e legumes crus lave em água corrente e higienize com hipoclorito de sódio diluído.

2-Quais os principais cuidados de higiene ao manipular alimentos e cozinhar?

Antes de manusear qualquer alimento é fundamental lavar as mãos corretamente com sabão/sabonete e bastante água corrente, não esquecendo das regiões entre os dedos, pontas dos dedos, dorso das mãos, pulsos e antebraços. A forma correta de lavar as mãos vem sendo amplamente divulgada pela internet, como, por exemplo, pelo site da ANVISA (www.anvisa.gov.br)

Antes de consumir frutas, verduras e legumes crus, lave em água corrente e sanitize com hipoclorito de sódio. Ele deve ser usado sempre diluído (ver as instruções de diluição no rótulo do produto) e depois enxágue em água abundante. 

Para caixas, vidros e sacos de produtos que serão armazenados, higienize com álcool 70% antes de guardá-los. Procure também higienizar sacolas de compras reutilizáveis com álcool 70%.

3-A alimentação pode prevenir o contágio pelo Coronavírus?

Não existe nenhum tipo de dieta milagrosa, medicamento ou suplemento que possa prevenir o contágio do Coronavírus. O que podemos fazer é reforçar a higienização, limitar o contato social e melhorar o nosso sistema imunológico dando atenção especial a uma alimentação saudável e planejada ao longo do dia. Prefira alimentos naturais (frutas verduras e legumes) e evite consumir alimentos industrializados ricos em gorduras e açúcares. Esse cuidado também favorece melhor controle da sua glicemia.

4-Como a alimentação pode melhorar o sistema imunológico?

Uma boa nutrição, além de um bom controle glicêmico, fortalece o sistema imunológico e auxilia na proteção de diversas doenças.

  • Alimentos ricos em vitamina C como (limão, laranja, abacaxi, goiaba, vegetais crus) possuem impacto positivo sobre o sistema imunológico protegendo o organismo contra infecções e estimulando a formação de anticorpos.
  • Carnes, Grãos (feijão, lentilha, ervilha), vegetais verdes escuros são alimentos fonte de ferro e já se sabe que a deficiência desse mineral está associada a uma resposta imune deficiente. Para melhorar a absorção do ferro na alimentação recomenda-se o consumo combinado com um alimento fonte de vitamina C (temperar a salada com limão ou consumir uma laranja de sobremesa no almoço ou no jantar)
  • O Zinco é essencial para o bom funcionamento do nosso sistema imunológico e podemos encontrar esse nutriente nos cereais integrais, feijões e frutas oleaginosas (nozes, castanhas e amêndoas), carnes em geral, aves e frutos do mar.
  • A vitamina A age estimulando a fagocitose, processo que auxilia no combate ao vírus, bactérias e invasores em geral. As principais fontes são os alimentos alaranjados como cenoura, mamão, abóbora, além de ovos, manga, couve, espinafre, pimentão vermelho, leite e derivados.
  • A castanha do Brasil (mais conhecida como castanha do Pará) é rica em selênio que possui ação antioxidante e auxilia diretamente na proteção e fortalecimento da imunidade. Duas unidades de castanha ao dia são suficientes para suprir essa necessidade.
  • Probióticos são encontrados em iogurtes, bebidas lácteas fermentadas, kefir e kombuchá. Esses alimentos são importantes para manter boa saúde intestinal já que os probióticos possuem efeito imunoestimulante e também favorecem a absorção dos nutrientes. Capriche também nos alimentos ricos em fibras que possuem ação prebiótica e também contribuem para uma boa saúde intestinal (chuchu, chicória, biomassa de banana verde, alho, cebola, entre outros…).

5- O consumo de proteínas é importante para a imunidade?

Sim. A deficiência de proteína na dieta prejudica a função imunológica. Os aminoácidos têm papel importante na regulação das células de defesa do organismo. Para garantir o consumo proteico é importante consumir carne, frango, peixe, ovos, leite e derivados, feijão e leguminosas e castanhas e oleaginosas. 

6-Existe shot da imunidade ou algum protocolo nutricional para prevenção da COVID-19? 

Não existem protocolos técnicos e nem evidências científicas que sustentem alegações milagrosas como o uso de shots, superalimentos (superfoods), chás, sucos e até soroterapias por infusão endovenosa de nutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes e outros nutrientes e compostos). Sem dúvidas, uma alimentação rica em micronutrientes (vitaminas e minerais), antioxidantes e compostos bioativos age na prevenção de doenças e na proteção do sistema imunológico, mas é importante destacar que não existe alimento milagroso. Por isso, mantenha o equilíbrio entre alimentação e outros cuidados associados ao estilo de vida, como a prática regular de atividade física, gerenciamento de estresse, qualidade do sono e controle glicêmico.

Confira a Nota Oficial do Conselho Federal de Nutricionistas sobre o assunto: https://www.cfn.org.br/index.php/destaques/19913/

7- Existe relação entre vitamina D e COVID-19?

Provavelmente sim. Um estudo preliminar da Universidade de Turim, submetido para publicação dia 25 de março de 2020, associa um possível papel preventivo e terapêutico da Vitamina D no tratamento da pandemia de COVID-19. Os dados alertam, sobretudo, para o risco da hipovitaminose D. Inúmeras evidências científicas indicam que a obtenção de níveis plasmáticos adequados de vitamina D é necessária pelo seu papel imunomodulador, o que pode ajudar na resistência a infecções e prevenir inúmeras doenças, incluindo as do trato respiratório. A associação com infecção por COVID-19 ainda carece de mais evidências científicas, mas é considerada provável. Os primeiros dados preliminares, coletados atualmente em Turim, indicam que os pacientes com COVID-19 têm uma prevalência muito alta de hipovitaminose D.

Neste sentido, é recomendada a exposição adequada à luz solar (cerca de 20 minutos, 3x por semana), aumentar o consumo de alimentos ricos em vitamina D (como peixes, cogumelos, ovos e leites e derivados) e, quando houver a prescrição de médico ou nutricionista, a utilização de suplementos. A auto prescrição de vitamina D não é recomendada de maneira nenhuma e é importante destacar que o excesso de vitamina D pode acarretar riscos para a saúde.

Essa recomendação é especialmente importante para indivíduos infectados e para os grupos de risco, como parentes dos infectados, profissionais de saúde, idosos, gestantes, e pode se estender também aos indivíduos com diabetes. Apesar de haver divergências nos valores recomendados pela literatura, os autores sugerem como valores aceitáveis acima de 20ng/ml para população geral e 30ng/ml para idosos.

Nutrição, imunidade e diabetes em tempos de coronavírus


FONTE:

https://www.diabetes.org.br/covid-19/recomendacoes-nutricionais-e-covid-19/