quarta-feira, 28 de março de 2018

Lourdes Maria Bandeira fala sobre as mulheres na sociedade.

Eu sou Lourdes Maria Bandeira, professora titular do Departamento de Sociologia, onde dou aula há mais de 25 anos. Toda a minha atividade e linha de trabalho estão vinculadas à questão das relações de gênero. Então eu trabalho com questões relacionadas às mulheres, seja no campo da violência, no qual eu trabalho mais, seja em relação aos locais de formação profissional em que as mulheres se encontram.
Eu tenho observado que, nos últimos anos (na passagem dos anos 70 para 80, do século passado), houve um ingresso maciço das mulheres nas universidade. Hoje elas constituem mais de 62% das alunas de graduação, nas universidades públicas e privadas. O que é muito interessante, que é a pergunta que a gente deve fazer, é: Onde elas estão concentradas? Para quais cursos se dirigem essas jovens, que serão futuras profissionais? Então, o que a gente observa é que a maioria está centrada nos cursos de formação vinculados às áreas do cuidado. A maioria são alunas do Serviço Social, Enfermagem, Pedagogia, Nutrição… E mesmo nos cursos de maior “prestígio social”, como são vistos pela sociedade, como Direito ou Medicina, que tem uma história de tradição e que são vestibulares com maior dificuldade de ingressos, temos uma presença feminina. Na medicina, chega a 50%, que conseguiram passar no vestibular e que estão cursando medicina. Agora, a pergunta é: Quais especialidades elas vão desenvolver?
Aqui, vemos novamente que há uma reprodução da divisão sexual do trabalho, na qual cabe às mulheres as atividades do cuidado e da responsabilidade da reprodução, da criação dos filhos, das responsabilidades sobre família etc. Isso ocorre, por exemplo, na medicina. Assim, elas estão na ginecologia ou pediatria, geralmente. Poucas mulheres estão em profissões reconhecidas como "profissões de grande prestígio” e, mesmo quando estão, como na área de cardiologia ou cirurgia estética, por exemplo, ou as próprias especializações mais sofisticadas, como o cuidado com o diabetes, na endocrinologia, praticamente somente homens têm visibilidade, já que isso está relacionado a uma condição de poder.
Então, assim como da área da saúde, darei um exemplo da área do direito, onde ocorre a mesma situação. As mulheres fazem o vestibular e ingressam em maioria, tendo a maioria de associadas vinculadas à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Mas onde elas estão?
Recentemente, olhando na internet, não localizei que uma mulher fosse a presidente da Sociedade de Cardiologia; não localizei que uma mulher tivesse sido presidente da Sociedade de Cirurgiões Plásticos.
Podemos falar também do caso da Sociedade Brasileira do Diabetes. Fundada em 1970, tem a Dra. Hermelinda como a 3ª mulher que é presidenta e ainda assim, mesmo trazendo uma mudança de padrão, sofre todas as formas de estereotipação e discriminações, como ocorre com as mulheres que estão no Direito também. Quantas mulheres nós temos no Supremo Tribunal Federal? Duas. A Ministra Rosa Weber e a Ministra Presidente Carmem Lúcia. E antes dela só tivemos uma outra ministra, que também foi presidente. Então, o que significa isso? Onde as mulheres estão? Olhamos o Congresso Nacional, onde nós temos em torno de 10%-12% de mulheres, na Câmara e no Senado. Portanto, obviamente, em sociedades estruturadas em padrões masculinistas e apoiadas em relações de poder heteronormativas, em que os homens heterossexuais e brancos detém o poder, todas as possibilidades de quebrar os paradigmas da relação de poder hegemônica são combatidas. Por isso, temos que fazer um esforço múltiplo, sendo excelentes profissionais e provar isso a todo tempo. Outro exemplo que vale citar é que a UNB tem a primeira reitora, após de mais de 50 anos.
A sociedade, de modo geral, e quem está em posse de poder - a elite brasileira masculina - cobra de nós a nossa responsabilidade como mãe, como cuidadora. Tudo isso reforça as dificuldades que as mulheres têm em estar em condições de competir e ter poder em relação aos homens. Outro detalhe que é de extrema importância observar é que as mulheres que estão hoje em posse de poder estão solteiras ou se separaram. Isso acontece pois seus companheiros não suportam que elas "façam sombra", que tenham uma condição de visibilidade midiática melhor que eles. Mais um fator importante é a condição salarial. Mulheres, de modo geral, ganham até 30% menos que homens, nas mesmas qualificações.
Mais pessoalmente, em 2013 me descobri com Diabetes Tipo 2. O diagnóstico foi feito pela minha endocrinologista anterior, Ana, e agora sou atendida pela Dra. Hermelinda.
Estou desde 2014 com a Dra. Hermelinda, que mudou completamente o meu tratamento e fez com que hoje eu tenha um controle muito bom do diabetes. Eu não tenho histórico familiar da doença. Tenho uma mãe de 91 anos, lúcida, que mora sozinha; tenho 3 irmãs e uma delas, inclusive, não toma remédio de natureza alguma; meu pai morreu de embolia pulmonar, nada vinculado ao diabetes. Então, foi feita uma investigação do meu histórico familiar. De onde surgiu o diabetes?
Um médico psiquiatra chegou à conclusão de que eu vivia em uma situação de estresse tão profundo e tão grande, que esse fator agravou alguma tendência relacionada à doença. Fui Secretária Executiva da Secretaria das Mulheres e sempre fui muito atuante na militância feminista.
Fiquei muito chocada com esse fato, já que além de todas as responsabilidades que a gente tem, ainda há a questão de uma doença autoimune, que a gente tem que tratar todo dia, observar todo dia. O estresse não diminui e há uma série de demandas, como as filiais. Tenho 3 filhos, que apesar de já serem adultos, são "filhos para sempre" e tudo isso faz com que a gente tenha preocupações... Esse fator eu consigo controlar, mas não consigo erradicar. Portanto, venho controlando.
Estou muito contente com meu acompanhamento com a Dra. Hermelinda que, além de tudo, tem o prestígio profissional que eu faço questão de enfatizar. É de extrema importância que hoje ela esteja na Presidência da Sociedade Brasileira de Diabetes.
O impacto emocional do diagnóstico do diabetes é super importante. Até mesmo pelo motivo de atingir mais mulheres do que homens: as mulheres têm maior estresse. Eu, quando tive uma situação de profundo estresse, em uma tarde, anoiteci e amanheci não enxergando mais. Eu "ceguei" e procurei o meu oftalmologista, que é meu médico antigo e ele disse: “não, você não está com problema de vista, você está com uma taxa de açúcar elevada, que muito provavelmente é diabetes”.
Então, fui procurar um endocrinologista, que na época também era uma médica; ela me diagnosticou e comecei o tratamento. E é claro que eu levei um choque, pois isso requer de mim mais tempo para mim. Mais tempo para eu me controlar, controlar minha alimentação, controlar o meu estresse, controlar o excesso de atividades, já que eu sempre fiz muitas coisas. Mas depois, eu fui me acostumando, tomando medicamentos… E há uma reação do organismo em cima disso, então tive outros problemas de saúde, graves também.
Mas sou uma lutadora! E como diz o ditado popular, “vaso ruim não quebra” e se trincar, fica trincado. Mas quebrar, não quebra, estou aqui na luta.
Então, é claro que eu tive um choque. Imediatamente liguei para minha mãe e perguntei se havia alguma tia ou algum parente em situação de diabetes, já que as famílias do meu pai e da minha mãe são numerosas, mas nenhuma situação se configurou. Por isso, claro que havia uma tendência ou alguma vulnerabilidade, mas o que agravou o quadro foi o estresse.
FONTE:http://www.diabetes.org.br/publico/ultimas/1619-lourdes-maria-bandeira-fala-sobre-as-mulheres-na-sociedade


quinta-feira, 22 de março de 2018

CONTRIBUIÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA À CONSULTA PÚBLICA N º 8/2018.


CONTRIBUIÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA À CONSULTA PÚBLICA N º 8/2018

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

“Bomba de infusão de insulina para tratamento de segunda linha de pacientes com diabetes mellitus tipo 1”

Este documento é a contribuição técnico-científica à Consulta Pública nº 08 da CONITEC (Bomba de infusão de insulina para tratamento de segunda linha de pacientes com diabetes mellitus tipo 1), da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Este documento foi elaborado partindo do pressuposto de que, o tratamento de primeira linha de pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) contempla o uso de insulinas humanas NPH e Regular que será substituída, em breve, por um análogo de insulina de ação ultrarrápida (lispro, asparte ou glulisina), com a expectativa de que seja complementada futuramente, com o análogo de insulina de longa ação.
A terapia com sistema de infusão contínua de insulina (SICI) ou bomba de insulina (BI) é uma modalidade de administração de insulina consolidada, segura e eficaz para o tratamento do DM, especialmente do DM1. Consiste em um dispositivo externo que contém um reservatório de insulina conectado a um cateter plástico, que é inserido no tecido subcutâneo do paciente através de uma cânula. Este sistema permite administração contínua de insulina no tecido subcutâneo ao longo das 24 horas, com alta precisão, o que possibilita um controle rigoroso das glicemias, redução da ocorrência de hipoglicemias, particularmente as graves.
Alguns modelos de BI apresentam sistema integrado de monitorização contínua da glicose, permitindo a visualização do valor da glicose em tempo real e possibilitando ajustes imediatos na dose de insulina, evitando hipoglicemias e hiperglicemias. Mais recentemente, foram lançados sistemas integrados com suspensão automática em hipoglicemia ou na previsibilidade de hipoglicemia, que podem reduzir ainda mais estes eventos. Além disso, a BI possui recursos especiais, como basal temporário, que diminui risco de hipoglicemia durante atividade física ou bolus especiais para alimentos ricos em gordura e proteínas, melhorando a glicemia pós-prandial e favorecendo um controle metabólico melhor.
O DM1 é uma doença crônica caracterizada pela destruição autoimune das células beta pancreáticas, produtoras de insulina, que resulta em uma deficiência absoluta de insulina e necessidade de insulinoterapia exógena por toda a vida. O objetivo do tratamento é a reposição da insulina de modo similar à secreção fisiológica de insulina endógena de um indivíduo saudável. Para tanto, a terapia preconizada é a basal-bolus, caracterizada por dois componentes: um “basal”, constante e em pequena quantidade, cobrindo 24 horas; e um componente “bolus”, liberado na hora da refeição para cobrir a ingestão dos alimentos e permitir a correção da glicemia naquele momento. Esta terapia pode ser realizada tanto por meio de múltiplas injeções de insulina (MDI) ou com BI.
Na maioria dos pacientes com boa educação em diabetes, o tratamento com MDI no esquema basal-bolus resulta em controle glicêmico adequado. Entretanto, é importante entender que nem todas as insulinas utilizadas para este esquema de múltiplas injeções são iguais. As insulinas fornecidas pelos SUS, como as insulinas humanas NPH e Regular, apesar de apresentarem um bom perfil quanto à pureza e capacidade de redução da glicemia, apresentam pico de ação que acarreta risco de hipoglicemia, caracterizando uma farmacocinética muito diferente da secreção fisiológica de insulina das pessoas que não têm a doença.
A insulina NPH é habitualmente utilizada em doses fracionadas nas 24 horas para funcionar como insulina basal e a insulina Regular aplicada às refeições. Há um risco importante de hipoglicemias graves e noturnas decorrentes do perfil farmacocinético da insulina humana Regular que é minimizado, de modo significativo, quando esta insulina é substituída por um análogo de insulina de ação ultrarrápida. Naqueles pacientes, onde há persistência de hipoglicemia com a terapia basal–bolus com insulina humana NPH associada à insulina análoga de ação ultrarrápida, é recomendável a utilização de análogos de insulina para ambos os componentes, basal e bolus. Neste esquema terapêutico, há uma combinação de um análogo de insulina de longa duração (glargina, detemir ou degludeca) com um análogo de insulina de ação ultrarrápida (lispro, asparte ou glulisina). O análogo de insulina de longa duração apresenta um perfil mais plano (sem picos), maior duração (permite uma dose de insulina basal diária) e menor variabilidade comparada à insulina humana NPH. O objetivo desta insulina é obter o controle da glicemia entre as refeições e no período de jejum. Por outro lado, os análogos de insulina de ação ultrarrápida, como o nome diz, apresentam uma ação mais rápida e duração mais curta que a insulina humana Regular, sendo administrada imediatamente antes de todas as refeições (bolus), de acordo com a alimentação e a correção da glicemia, atingindo um melhor controle da glicemia pós-prandial.
Muitos pacientes podem alcançar um controle glicêmico adequado com menor risco de hipoglicemia, quando estas insulinas são utilizadas corretamente, mas não em todos os casos. Verifica-se que, pacientes com DM1, apresentam uma heterogeneidade na resposta aos diferentes esquemas de insulinoterapia. Por está razão, está indicada a evolução da insulinoterapia por etapas, de modo que, pacientes que apresentam importante instabilidade do controle glicêmico e hipoglicemias frequentes devam ter sua terapia alterada das insulinas humanas para terapia basal–bolus com os análogos de insulina. Naqueles pacientes já em uso da combinação de análogos e otimização das doses utilizadas as hipoglicemias graves e noturnas persistam, a utilização da BI passa a ser necessária e indispensável.
A terapia com SICI , tem crescido em todo o mundo, registrando um aumento de 0,6% a 1,3% em 1995 e 44% a 47% entre 2012 e 2016 em países da Europa e EUA1,2. Concomitante ao uso crescente de BI, observou-se também uma diminuição da frequência da hipoglicemia grave.3,4
Um grupo muito suscetível à hipoglicemia são as crianças. As crianças não são apenas menores em tamanho, mas apresentam diferenças fisiológicas com os adultos, e um grupo delas merece um destaque especial: aquelas com menos de seis anos de idade. Deve-se ressaltar que as doses de insulina dependem da idade, do peso e do estadiamento da puberdade. Neste grupo de pacientes, observa-se alta sensibilidade à insulina, e necessidade de doses de insulina tão pequenas quanto 0,025U no basal e 0,1U de bolus. Estas doses não podem ser administradas com seringas ou canetas de insulina o que explica os achados comuns nesta faixa etária de grandes oscilações glicêmicas, ora com hiperglicemias, ora com hipoglicemias após correção.
A hipoglicemia pode exercer efeitos deletérios no cérebro imaturo e em desenvolvimento das crianças pequenas, com prejuízos futuros na performance cognitiva destes pacientes5. Além disso, hipoglicemias frequentes predispõem às hipoglicemias assintomáticas e despercebidas, consequentemente resultando em um risco maior de hipoglicemia grave6. Portanto, neste grupo de pacientes a BI deve ser o tratamento de primeira linha, não sendo possível o controle metabólico adequado com MDI.
Outros grupos de pacientes merecem atenção especial são as gestantes, os pacientes com gastroparesia resultante de neuropatia autonômica diabética e aqueles que apresentam hiperglicemias de jejum significativas devido ao “fenômeno do alvorecer”. Sabe-se que o DM1 na gestação aumenta o risco materno de pré-eclampsia, distócias de parto e risco de macrossomia e hipoglicemia no recém-nascido (RN). A necessidade insulínica nesta condição varia do risco aumentado de hipoglicemia no primeiro trimestre a um período de resistência à insulina, requerendo altas doses de insulina no último trimestre, o que dificulta o controle metabólico tão necessário para uma gravidez segura que resulte em um RN saudável. Neste sentido, a BI permite maior flexibilidade, frequentes ajustes com potencial melhora do controle glicêmico no período gestacional. Os estudos disponíveis que avaliam gestante com DM1 demonstram resultados conflitantes, em geral por serem estudos pequenos, com grupos heterogêneos (diferem no tempo de doença, na presença de complicações e no controle glicêmico), que começam o uso de BI tardiamente. Poucos avaliam a evolução da necessidade insulínica, as taxas de carboidratos e sensibilidade ao longo da gestação. Um achado comum nas pacientes que utilizam a terapia com BI durante a gestação é a necessidade de menos insulina para obter o mesmo controle glicêmico das pacientes que utilizam MDI. Estudos mais recentes, com BI com alça fechada, observam que estas gestantes conseguem permanecer mais tempo na faixa de normoglicemia7.
A gastroparesia é o atraso do esvaziamento gástrico na ausência de obstrução mecânica decorrente do comprometimento de fibras nervosas autonômicas. Os pacientes com DM1 apresentam um risco 30 vezes maior de apresentar esta complicação neuropática e o risco acumulativo em 10 anos atinge 5%. Muitos estudos apontam para uma correlação com tempo de DM, mau controle metabólico e complicações microvasculares. É importante observar que a gastroparesia resulta em piora do controle metabólico e risco aumentado de hipoglicemia devido ao desequilibro entre trânsito intestinal, absorção dos alimentos e ação da insulina. A BI apresenta características como programar o bolus com liberação mais tardia da insulina que ajuda o paciente a melhorar a glicemia pós prandial e diminuir a incidência de hipoglicemia8.
Outra situação de difícil controle é o fenômeno do amanhecer, em que a glicemia se mantém ou há discreta queda na primeira parte da madrugada e seguida por uma elevação fisiológica da glicemia na segunda metade da madrugada, resultando em valores glicêmicos altos em jejum. Nesta condição, a terapia com MDI com análogos de insulina não consegue alcançar pleno controle, visto que o ajuste da dose do análogo de insulina para melhorar a glicemia ao acordar aumenta o risco de hipoglicemia na primeira parte da madrugada. Com a BI, é possível modular a liberação da insulina basal de acordo com as glicemias da madrugada e do jejum.
Estudos que comparavam o controle glicêmico, com a terapia com BI e esquema MDI com insulina NPH, mostraram redução de 0,5 a 0,6% da hemoglobina glicada (HbA1c), enquanto estudos recentes observaram queda menor. No entanto, a avaliação da terapia insulínica nas últimas duas décadas em crianças e adolescentes europeias, apontam que o crescimento significativo da terapia basal-bolus com análogo de insulina e BI (85% dos pacientes) foi associado à redução significativa da HbA1c elevada, sobretudo os níveis de maior risco de complicações (> 9% e >10%)9.
Em outro estudo recente, com mais de 30.000 jovens europeus com DM1, o uso de BI foi associado a menor frequência de hipoglicemia grave e coma, especialmente em crianças em idade escolar; e menor frequência de cetoacidose, especialmente nos adolescentes, comparado ao esquema MDI. Estes resultados favorecem a terapia com BI, que demonstrou frequência menor de complicação aguda e HbA1c mais baixa, traduzindo um melhor controle metabólico10.
A avaliação de custo-eficácia de BI, através de uma revisão sistemática comparando BI vs MDI, demonstrou que a terapia com BI apresentou um índice de custo efetivo médio (95% IC) de € 30 862 (17 997-43 727), US$ 40 143 (23 409-56 876) por ano ajustado de qualidade de vida (QALY) obtido. A BI foi associada à melhoria da expectativa de vida e da expectativa de vida ajustada pela qualidade (0.4-1.1 QALYs em adultos), impulsionada pela menor HbA1c e menor frequência de eventos hipoglicêmicos versus MDI11.
Outro estudo, realizado na Alemanha, através de um modelo desenvolvido para avaliar o impacto orçamentário e análise da decisão, simulou um cenário de migração de MDI para BI em 20% da população, randomicamente selecionada de pacientes DM1 descompensados em seu controle glicêmico em uso de MDI. O objetivo foi determinar as principais compensações de eventos médicos (hipoglicemia grave e complicações evitáveis) e seus custos em um período de quatro anos pela introdução da terapia com BI. Neste cenário de migração, 47.864 menos casos de hipoglicemia grave e 5.543 menos casos de complicações micro e macrovasculares seriam evitados, gerando compensação de custos de € 183.085.281. Desse total, 92% corresponderam aos casos de hipoglicemia grave evitados. Comparando com um impacto orçamentário previsto (aumento de custo) de 83%, considerando apenas os custos de tratamento, o impacto total no cenário de migração representou apenas um aumento de 24,5% nos custos (uma redução de 58,5 pontos percentuais; um fator de 3.4)12.
Apesar de não ter sido realizada avaliação adequada, por meio de revisão sistemática e avaliação econômica, a SBD entende a necessidade de identificar as situações em que a BI é indispensável ao tratamento, levando-se também em conta as frequentes medidas judiciais para a obtenção do SICI pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As indicações abaixo são recomendadas pela SBD:
A. Tratamento de primeira linha de pacientes com DM 113
  • A partir do diagnóstico em neonatos, lactentes e crianças menores de seis anos (necessidade de microdoses de insulina)
B. Tratamento de segunda linha de pacientes com DM113
  • Hipoglicemias graves e noturnas frequentes apesar do uso de esquema com MDI (insulina humana NPH e regular, insulina NPH e análogos de insulina de ação ultrarrápida, ou análogos de insulina ultrarrápida e de longa ação e).
  • Hipoglicemia assintomáticas e ou despercebida (disautonomia): falta de percepção de sintomatologia clínica pela ausência de resposta adrenérgica.
C. Situações especiais em pacientes com DM1 13
  • C1. Mulheres com DM1 gestantes ou planejando gestação, que apresentem controle glicêmico inadequado ou hipoglicemias sem aviso, apesar da boa adesão à terapia com MDI
  • C2. Paciente com DM1 com gastroparesia.
  • C3. Paciente apresentando fenômeno do amanhecer significativo.
Por fim, incluem-se as indicações da terapia com BI, segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 (Quadros 1 e 2) e as recomendações finais, de acordo com o nível de evidência (Quadro 3).
Indicações Médicas para SICI (BI)13-16

CONTRIBUIÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA À CONSULTA PÚBLICA N º 8/2018
CONTRIBUIÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA À CONSULTA PÚBLICA N º 8/2018
CONTRIBUIÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA À CONSULTA PÚBLICA N º 8/2018

Referências
1. Bohn B, Vogel C et al; DPV initiative.20 years of pediatric benchmarking in Germany and Austria: age-dependent analysis of longitudional follow-up in 63.967 children and adolescentes with type 1 diabetes. PLOS ONE 2016; 11:e0160971
2. Sherr JL, Hermann JM, Campbell F et al; T1D Exchange Clinic Network, the DPV iniciative and the National Paediatric Diabetes Audti and the Royal COllege of paediatrics and child Helath registries. Use of insulin pump therapy in children and adolescentes with type 1 diabetes and its impacto n metabolic control:comparison of results from three large, transatlantic paediatric registries. Diabetologia 2016; 59: 87 -91
3. Karges B, Rosenbauer J, Kapellen T, et al. Hemoglobin A1c levels and risk of severe hypoglycemia in children and young adults with type 1 diabetes from Germany and Austria: a trend analysis in a cohort of 37,539 patients between 1995 and 2012 2012. PLoS Med. 2014;11(10):e1001742.
4. Fredheim S, Johansen A, Thorsen SU, et al; Danish Society for Diabetes in Childhood and Adolescence. Nationwide reduction in the frequency of severe hypoglycemia by half Acta Diabetol. 2015;52(3):591-599
5. Northam EA, Anderson PJ, Jacobs R, Hughes M, Warne Gl, Werther GA. Neuropsychological profiles of chidren with type 1 diabetes 6 years after disease onset. Diabetes Care 2001;24:1541-6. Desrocher M, Rovet J. Neurocognitive correlates of type 1 diabetes mellitus in childhood. Child Neuropsychol 2004; 10: 36-52
6. Cryer PE, Davis SN, Shamoon H. Hypoglycemia in diabetes Diabetes Care 2003; 26: 1902-12
7. Stewart ZA, Wilinska ME, Hartnell S et al; Closed -loop insulin deplivery during pregnancy in women with type 1 diabetes. N Engl J Med 2016; 375: 644 – 654
8. Aleppo G, Cahoun P, Foster N, Maahs DN, Shah VN, Miller K. reported gastroparesis in adults with type 1 diabetes (T1D) from T1D exchange clinic registry. J diab compl 2017; 31: 1669 -167.
9. Keller M, Attia R, Beltrand J, Djadi -Prat J, Nguyen -Khoda, Jay JP et al. Insulin regimens, diabetes knowledge, quality of life, and HbA1c in children and adolescents with type 1 diabetes. Ped Diab 2017; 18: 340-347
10. Karges B, Shwandt, Heidtmann B, Kordouri O, Binder E, Schierloh U et al. Association of insulin pump therapy vc insulin injection therapy with severe hypoglycemia, ketoacidosis, and glycemic control among children, adolescents, and Young adults with type 1 diabetes. JAMA 2017; 318:1358-1366
11. Roze S, Smith-Pamer J, Valentine W, Portu S et al. Cost-effectiveness of contiuous subcutaneus insulin infusion versus multiple daily injections of insulin in type 1 diabetes: a systematic review. Diabet Med 2015; 32:1415 -1424
12. Zollner YF, Ziegler R, Stuve M, Krumreich J and Schauf M. Event and cost offsets of switching 20% of the type 1 diabetes population in Germany from multiple daily injections to continuous subcutaneous insulin infusion: a 4 years simulation model. J Diab Sci Technol 2016; 10:1142 -1148.
13. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes – parte 5 – Sistema de infusão contínua de insulina – página 167 a 176.
14. Phillip M, Battelino T, Rodriguez H, Danne T, Kaufman F; European Society for Pediatric Endocrinology et al. Use of insulin pump therapy in the pediatric age-group: consensus statement from the European Society for Pediatric Endocrinology, the Lawson Wilkins Pediatric Endocrine Society, and the International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes, endorsed by the American Diabetes Association and the European Association for the Study of Diabetes. Diabetes Care. 2007;30(6):1653-62
15. Danne T, von Schütz W, Lange K, Nestoris C, Datz N, Kordonouri O. Current practice of insulin pump therapy in children and adolescents: the Hannover recipe. Pediatr Diabetes. 2006;7(Suppl 4):25-31
16. Walsh J, Roberts R. Pumping insulin. 3rd ed. San Diego: TorreyPines; 2000.
FONTE:http://www.diabetes.org.br/publico/ultimas/1617-contribuicao-tecnico-cientifica-a-consulta-publica-n-8-2018

quarta-feira, 14 de março de 2018

Diabetes no Brasil: podemos melhorar o atendimento?

Diabetes no Brasil: podemos melhorar o atendimento?
1. A diabetes é controlável, mas muitas pessoas não sabem que têm a doença. Quais os sinais que servem de alerta para a diabetes?
De fato, o diabetes é, em geral, uma condição controlável, com maior ou menor dificuldade de controle, dependendo de cada paciente. O grande problema para o diagnóstico é o fato de que, na maioria dos casos, o diabetes evolui sem produzir sintomas mais expressivos. Classicamente, as pessoas que apresentam sinais e sintomas do diabetes na evolução da doença podem apresentar excesso de sede, fome excessiva e excesso de urina, entre outras manifestações.
2. Quais os fatores que favorecem o desenvolvimento da doença? A idade avançada é um deles?
Sim, o diabetes é uma doença progressiva que exige avaliações frequentes (a cada 6 ou 12 meses, conforme a evolução clínica de cada paciente). A idade avançada é uma condição na qual pode haver uma dificuldade maior para o controle da doença.
3. Quais os tipos de diabetes e as diferenças entre eles?
Basicamente, os tipos mais comuns de diabetes são o diabetes tipo 1 (DM1, mais frequente em crianças e adolescentes), o diabetes tipo 2 (DM2, também conhecido como o diabetes do adulto) e o diabetes gestacional (DG, aquele que se manifesta durante a gravidez).
4. Quantos brasileiros têm hoje diabetes e quantos devem desenvolver a doença nos próximos anos?
Atualmente, a população estimada de pessoas com diabetes, no Brasil, atinge a cifra de 13 a 14 milhões de pessoas. A doença vem ocorrendo com uma frequência cada vez maior, sendo atualmente considerada uma epidemia em todo o mundo.
5. Segundo a OMS, os casos de diabetes estão crescendo em todo o mundo e é agora mais comum nos países em desenvolvimento. Quais são as razões que levam a esse crescimento nesses locais?
Na verdade, o diabetes é uma condição “democrática”, atingindo pessoas de todos os sexos, raça ou nível social. Para aquele segmento de nível sócio cultural mais baixo as consequências tendem a ser intensificadas em função da falta de acesso às abordagens terapêuticas mais modernas. Além disso, os mais pobres sofrem também as consequências da falta de acesso às informações sobre a doença, tendo em vista que as atividades de educação em diabetes a todos os segmentos da população comprometida ainda são muito tímidas.
6. Quais os principais riscos da doença?
Os principais riscos do diabetes são as complicações crônicas decorrentes do mau controle glicêmico que atinge a maior parte das pessoas com diabetes. Entre as complicações mais sérias, decorrentes do mau controle glicêmico podemos destacar o aumento do risco de cegueira, complicações renais, complicações cardiovasculares, amputações de membros inferiores, entre outras.
7. Como evitar as complicações do diabetes?
Não existe milagre. Cuidado com as falsas promessas mirabolantes prometendo a cura do diabetes. As complicações podem ser evitadas ou retardadas através da educação em diabetes e da adoção de condutas terapêuticas mais eficazes e mais seguras.
8. Há medicamentos para controle da doença distribuídos na Farmácia Popular do governo federal. Essa medida pode ser combinada com alguma outra política pública de prevenção e controle? Qual?
A farmácia popular é, sem dúvida, um programa importante em termos de facilitar o acesso ao tratamento farmacológico do diabetes. Entretanto, ainda não dispõe de opções terapêuticas mais modernas, principalmente em função do custo mais elevado. Mais uma vez chamamos a atenção no sentido de que, se não houver educação em diabetes, a eficácia do tratamento medicamentoso estará bastante comprometida.
9. Há muita diferença entre a forma como tratamos a doença no Brasil, em comparação com países desenvolvidos? Quais?
Por razões óbvias, os países mais desenvolvidos tendem a oferecer uma melhor abordagem, tanto educacional como terapêutica, para as pessoas com diabetes.
10. Há dez anos, o tratamento e o controle da diabetes eram muito diferentes dos de hoje? O que mudou? E quais as tendências para os próximos anos?
Nos últimos 10 anos, o progresso na terapêutica farmacológica do diabetes foi muito expressivo, o que permitiu que os esquemas terapêuticos se tornassem mais seguros e eficazes. Entretanto, a abordagem farmacológica, mesmo a mais moderna, pode ter sua eficácia prejudicada se não houver uma política eficaz de educação em diabetes.
11. Abordagens mais modernas não promoveriam um maior impacto em termos de custo do diabetes?
Creio que podemos escolher entre duas opções: maior custo inicial com melhor tratamento ou maior custo de longo prazo por conta das complicações crônicas. Controle do diabetes em curto prazo é investimento. Complicações crônicas decorrentes do mau controle do diabetes é simplesmente um custo.
12. Há algum comentário extra que queira fazer sobre o tema?
Com uma política eficaz de educação e controle do diabetes, sem sombra de dúvidas, poderemos melhorar bastante o controle da doença, prevenindo ou retardando as complicações. Por outro lado, se nada for melhorado no programa brasileiro de atenção às pessoas com diabetes, não há como termos perspectivas animadoras sobre o controle da doença.
FONTE:http://www.diabetes.org.br/publico/comunicados-sbd/1586-diabetes-no-brasil-podemos-melhorar-o-atendimento




quarta-feira, 7 de março de 2018

Sai o pregão eletrônico para a compra de insulinas ultra-rápidas para o SUS!

AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº29/2018 – UASG 250005
Nº Processo: 25000433834201785. Objeto: Pregão Eletrônico – Registro de Preços para futura aquisição de Insulina, Análoga de Ação Rápida, 100 UI/ML, Solução Injetável, com Sistema de Aplicação. Total de Itens Licitados: 00001. Edital: 07/03/2018 de 08h00 às 12h00 e de 14h00 às 17h59. Endereço: Esplanada Dos Ministérios, Bloco g Anexo, Ala a 4º Andar Sala 464 Plano Piloto – BRASILIA – DF ou www.comprasgovernamentais.gov.br/edital/250005-05-29-2018
Entrega das Propostas: a partir de 07/03/2018 às 08h00 no site www.comprasnet.gov.br.

GUSTAVO APOLIANO MESQUITA 
Pregoeiro Oficial

(SIDEC – 06/03/2018) 250110-00001-2018NE800049
FONTE:http://www.diabetes.org.br/publico/ultimas/1614-sai-o-pregao-eletronico-para-a-compra-de-insulinas-ultra-rapidas-para-o-sus

Jovem Cajazeirense Lança Livro educacional. Confira!

Foto: Rede Social
 O Jovem Cajazeirense Ronaldo Rodrigues lançará nos próximos dias na cidade sorriso oficialmente o seu livro com a temática da Pedagogia Hospitalar.
O livro que traz como tema O papel do pedagogo em espaços não escolares: o caso da classe hospitalar Sullivan Medeiros, retrata sua experiência com a diversidade de espaços educativos onde o pedagogo pode atuar. Tendo como referência a Classe Hospitalar Sullivan Medeiros pioneira no Estado do Rio Grande do Norte, situada na cidade de Caicó.
O Lançamento ocorrerá no Auditório do Campus da UFCG em Sousa no dia 18 de Maio ás 19:00 horas. Segundo o Jovem Ronaldo Rodrigues toda a renda arrecada com a venda dos exemplares será revertida para auxiliar nos projetos da associação de pacientes com diabetes de Cajazeiras e para o fundo de apoio a crianças e adolescentes em situação de violação de direitos sexual, onde o mesmo reforça o apoio as vítimas de abuso sexual.
O livro pode ser adquirido por meio do link no site morebook:

FONTE: http://folhadovale.com/literatura-jovem-cajazeirense-lancara-livro-sobre-pedagogia-hospitalar-confira/

sábado, 3 de março de 2018

Como complicar uma situação já delicada (Diabetes % Tabagismo).

Tabagismo e Diabetes: como complicar uma situação já delicada
- Qual a influência do tabagismo na saúde das pessoas?
As principais consequências do tabagismo para a saúde das pessoas já são conhecidas desde há muito, incluindo desde a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) até o câncer de pulmão, entre outras complicações cardiovasculares importantes, como o infarto do miocárdio.
- Quais são as consequências diretas e indiretas que o tabagismo acarreta em pessoas com diabetes?
São várias as consequências do tabagismo como pode ser constatado pelas ilustrações de advertência estampadas nos maços de cigarro. Por sua vez, as pessoas com diabetes mal controlado estão mais sujeitas a complicações cardiovasculares, renais e oculares. As principais complicações do tabagismo também principalmente do comprometimento progressivo do sistema cardiovascular. Portanto, no caso de fumante e portador de diabetes, existe um conjunto de fatores adversos atuando sobre os mesmos órgãos alvo.
- Comente sobre o estudo realizado nos Estados Unidos que gerou o relatório especial do Centers for Disease Control and Prevention.
Avaliando uma população de 3,9 milhões de indivíduos, esse estudo dividiu os participantes em 3 categorias distintas, sendo que em nenhuma delas havia pacientes com diabetes já diagnosticados no início do estudo. Em comparação com os que nunca fumaram, o risco relativo de desenvolver diabetes foi 14% maior em ex-fumantes, 25% maior em fumantes leves (0-15 cigrarros/dia) e 54% maior em fumantes pesados (>15 cigarros/dia)
- Existem alguns números que são interessantes para inserir neste artigo para explicar como o tabagismo influencia o aumento de diabetes?
Alguns estudos avaliaram os possíveis mecanismos envolvidos nesse aumento do risco de complicações em diabéticos fumantes. Entre eles, destacam-se os seguintes fatores: a promoção da obesidade central, as concentrações mais altas de cortisol nos fumantes, e o aumento de marcadores inflamatórios e do estresse oxidativo em fumantes. Além disso, a nicotina parece se ligar a receptores nicotínicos das células beta do pâncreas, produtoras de insulina e, assim, reduzir diretamente a secreção de insulina.
- Tanto o paciente tipo 1 como o tipo 2 têm as mesmas consequências?
O estudo não avaliou se haveria diferenças de complicações entre os portadores de diabetes tipo 1 ou tipo 2. Mas provavelmente as consequências sejam as mesmas.
- Quais são os benefícios a curto e médio prazos que a pessoa tem ao parar de fumar?
Os estudos mostram que são necessários cerca de 12 anos após a interrupção do tabagismo para que o risco relativo da ocorrência dessas complicações possam ser detectados em ex-fumantes.
- Quais são as dicas para a pessoa parar de fumar?
A nicotina é uma das drogas mais difíceis de abandonar depois que o indivíduo já se viciou na tabagismo. Em geral, ocorrem várias tentativas de parar de fumar, mas os resultados não são muito animadores. No meu caso, depois de 30 anos de tabagismo e 2 internações por pneumonias sérias, senti-me obrigado a parar “no estalo”. Consegui esse feito sem maiores dificuldades e sem nenhuma manifestação de abstinência nesses últimos 20 anos depois que abandonei o cigarro.
- Há alguma mudança no controle da glicemia ao parar de fumar?
Creio que ainda não haja nenhum estudo avaliando o impacto do tabagismo especificamente sobre o controle glicêmico. Os estudos já realizados estavam focados no objetivo de avaliar o impacto do tabagismo sobre as diversas complicações do diabetes.
FONTE: http://www.diabetes.org.br/publico/diabetes-em-debate/1611-tabagismo-e-diabetes-como-complicar-uma-situacao-ja-delicada
Dr. Augusto Pimazoni-Netto
  • Coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
  • E-mail: pimazoni@uol.com.br