segunda-feira, 29 de julho de 2019

FDA APROVA PRIMEIRO TRATAMENTO PARA HIPOGLICEMIA SEVERA QUE PODE SER ADMINISTRADA SEM UMA INJEÇÃO

A Food and Drug Administration dos EUA aprovou hoje o pó nasal Baqsimi, a primeira terapia com glucagon aprovada para o tratamento de emergência de hipoglicemia grave que pode ser administrada sem uma injeção.
A hipoglicemia grave ocorre quando os níveis de açúcar no sangue de um paciente caem para um nível em que ele ou ela se torna confuso ou inconsciente ou sofre de outros sintomas que requerem assistência de outra pessoa para tratar. Normalmente, a hipoglicemia grave ocorre em pessoas com diabetes que estão usando o tratamento com insulina. Baqsimi é aprovado para tratar hipoglicemia grave em pacientes com diabetes com quatro anos de idade ou mais.

“As pessoas que vivem com diabetes correm o risco de os seus níveis de açúcar no sangue ficarem abaixo do intervalo normal. Existem muitos produtos no mercado para aqueles que precisam de insulina, mas até agora, pessoas que sofriam de um grave episódio de hipoglicemia tinham que ser tratadas com uma injeção de glucagon que primeiro tinha que ser misturada em um processo de várias etapas ”, disse Janet Woodcock, MD, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa de Drogas da FDA. “Essa nova maneira de administrar o glucagon pode simplificar o processo, o que pode ser crítico durante um episódio, especialmente porque o paciente pode ter perdido a consciência ou estar com convulsão. Nessas situações, queremos que o processo trate a pessoa que sofre de forma tão simples quanto possível ”.
Baqsimi, que é um pó administrado no nariz, virá em um dispensador de uso único que pode ser dado a alguém que sofre de um grave episódio hipoglicêmico. Baqsimi aumenta os níveis de açúcar no sangue no corpo, estimulando o fígado a liberar glicose armazenada na corrente sanguínea. Tem o efeito oposto da insulina, que reduz os níveis de açúcar no sangue.
O glucagon injetável foi aprovado para uso nos EUA por várias décadas. A eficácia e a segurança do glucagon nasal de Baqsimi para tratar a hipoglicemia severa foram avaliadas em dois estudos de 83 e 70 adultos com diabetes, comparando uma dose única de Baqsimi a uma dose única. de injeção de glucagon em causar uma resposta de açúcar no sangue a hipoglicemia induzida por insulina. Baqsimi aumentou adequadamente os níveis de açúcar no sangue. Em um estudo pediátrico de 48 pacientes com idade acima de quatro anos com diabetes tipo 1, resultados semelhantes foram observados.
Baqsimi não deve ser tomado por pacientes com feocromocitoma, um tumor raro de tecido da glândula adrenal, ou por pacientes que tenham insulinoma, um tumor do pâncreas. O Baqsimi não deve ser tomado por doentes com hipersensibilidade conhecida ao glucagon ou aos ingredientes inactivos encontrados no Baqsimi, uma vez que podem ocorrer reações alérgicas. Baqsimi também carrega um aviso de que deve ser usado com cautela por aqueles que estão em jejum por longos períodos, têm insuficiência adrenal ou têm hipoglicemia crônica, porque essas condições resultam em baixos níveis de glicose liberável no fígado. As reações adversas mais comuns associadas a Baqsimi são náuseas, vómitos, dores de cabeça, irritação das vias respiratórias superiores, olhos lacrimejantes, vermelhidão dos olhos e comichão. Os efeitos colaterais do Baqsimi são semelhantes aos do glucagon injetável, com a adição de sintomas nasais e oculares,
A FDA concedeu a aprovação da Baqsimi à Eli Lilly and Company.
A FDA, uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, protege a saúde pública garantindo a segurança, a eficácia e a segurança de medicamentos humanos e veterinários, vacinas e outros produtos biológicos para uso humano e dispositivos médicos. A agência também é responsável pela segurança e proteção do suprimento alimentar de nossos países, cosméticos, suplementos alimentares, produtos que emitem radiação eletrônica e regulam os produtos de tabaco.

terça-feira, 23 de julho de 2019

CIENTISTAS CRIAM CERVEJA ESPECIAL PARA QUEM TEM DIABETES.

Um acidente científico. É assim que o biomédico Carlos Ricardo Maneck Malfatti, da Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava (PR), se refere à descoberta da associação entre a ingestão de alecrim-do-campo e a queda na glicemia.
É que, inicialmente, ele e sua equipe achavam que a planta tinha potencial na perda de peso. “Notamos em pesquisas com animais, porém, que ela poderia ajudar no combate ao diabetes“, relata.
Ao que tudo indica, esse tipo de alecrim protege o pâncreas, órgão que produz a insulina, e melhora a resposta das células ao hormônio — com isso, o açúcar não sobra no sangue. Os cientistas decidiram, então, usar o extrato do vegetal em uma receita de cerveja, batizada de Rosemary. Ela já está sendo testada em pacientes e, segundo Malfatti, os resultados são bem animadores.
Como há empresários interessados na inovação, há grandes chances de a bebida sair do laboratório e chegar ao mercado em breve.

POR TRÁS DA PRÓPOLIS

Sabia que a própolis verde é produzida pelas abelhas a partir do alecrim-do-campo? “E esse é um meio bacana de aproveitar seus benefícios”, diz Malfatti. A resina é conhecida por ser antioxidante e antimicrobiana.
Nas pesquisas do biomédico, ele concebeu um método para extrair do alecrim só os compostos de seu interesse — como os destinados à cerveja. Então não dá para comparar seus efeitos com os da própolis.

terça-feira, 9 de julho de 2019

SEIS LIÇÕES APÓS SEIS ANOS COM DIABETES TIPO 1.

1 – TER DIABETES É DIZER ADEUS A ALGUMAS COISAS E NÃO OLHAR PARA TRÁS

Este é um exemplo bobo, mas me ouça. Antes de ser diagnosticada, amava leite. Vivia em um mundo em que todos os anúncios que diziam “Beba leite!” ostentavam meu rosto. Mas quando o diabetes se instalou, a minha paixão por produtos lácteos acabou, pois aumentava muito minha glicose quando bebia leite no café da manhã. Coisas estranhas podem entristecê-lo com DT1, e cortar o leite foi uma delas. Mas, assim como um mau rompimento, depois de algum tempo chorando, mudei para um novo namorado do café da manhã: leite de amêndoa. E adivinha? Eu amo leite de amêndoa. Mais do que eu amei sua contraparte da vaca. E eu nunca teria encontrado sem diabetes. Diabetes muda muito na vida de uma pessoa, e pode ser chocante ajustar sua rotina. Mas se você estiver disposto a tentar coisas novas, é provável que encontre algo ainda melhor.

2 – DIABETES É UM AUMENTO DE VELOCIDADE, NÃO UM SINAL DE PARADA

Há muita linguagem em torno do diabetes que implica limites rígidos e incorretos. “Nós não podemos comer açúcar”. “Nós nunca vamos ser capazes de fazer alguma coisa”. Esta linguagem está errada. Quando fui diagnosticada pela primeira vez, mal sabia o que era diabetes e fiquei apavorada com o fato de meus sonhos terem sido interrompidos. Seis anos depois, o diabetes tipo 1 (DM1) nunca me impediu de fazer qualquer coisa que eu quisesse: na verdade, reforçou minha decisão de fazê-lo. Eu adoro participar de grandes caminhadas – eu caminhei a Half Dome em Yosemite alguns verões atrás, e eu vou estar caminhando no Grand Canyon no final deste ano. Olhe para a juíza da Suprema Corte de Justiça Sonia Sotomayor, ou celebridades como Nick Jonas, ou o esquiador olímpico Kris Freeman – todos eles têm o tipo 1 e todos têm realizações notáveis. O diabetes pode tornar as metas mais complicadas, mas tudo o que faz é nos tornar melhores planejadores e mais aventureiros conscientes.

3 – VIVA A CADA MOMENTO – BOM E RUIM

Eu tive uma hipoglicemia recente. Estava indo de carro para tomar um drinque com os amigos, e me senti totalmente horrível quando meu açúcar no sangue despencou. Chorei frustrada e isso foi terapêutico. Quando meus níveis subiram, entrei e me diverti com os amigos, e também me senti bem. Foi turbulento sair de uma baixa de glicose e choro para terminar em uma noite normal com os amigos. Mas se você se repreender toda vez que seu nível de açúcar no sangue estiver fora da linha, você terá muito pouco tempo para ser feliz. Quando você convive com o DM1, as coisas mudam muito rapidamente em sua vida. É importante reconhecer quando você está se sentindo mal, mas também é importante aprender e seguir em frente.
Resultado de imagem para diabetes

4 – OUÇA SEU CORPO

O tipo 1 é matemática, mas também é muito intuição: viver com sucesso significa combinar os dois. Em termos de matemática, a pizza é difícil de comer. A gordura, a proteína, os carboidratos … não é incomum uma fatia bagunçar minha glicemia por horas depois de comer. E, no entanto, um dia, um pressentimento me disse que meu corpo queria pizza e que tudo ficaria bem. Três horas depois, meu nível de açúcar no sangue ainda não tinha ultrapassado os 100. Não sei dizer que mágica aconteceu naquele dia, mas foi um lembrete importante de que, independentemente de estarmos dosando, comendo ou fazendo exercícios, nosso Monitor de Glicose Contínuo (CGM) ) e nossa insulina são ferramentas que funcionam em conjunto com outra ferramenta importante: conhecer e ouvir nossos corpos. Às vezes isso significa que podemos comer aquela fatia de pizza, e às vezes isso significa que precisamos deixar de comer o bolo de aniversário no trabalho.

5 – ORGULHAR-SE DE VIVER COM O DIABETES PODE AJUDAR A TORNÁ-LO MENOS ISOLADO

Quando fiz a transição para usar um CGM em meu braço, tive uma incrível consequência não intencional: comecei a conhecer outros DM1s no meu dia-a-dia. Eu visitei uma pequena cidade de montanha no outono passado, usando meu CGM no meu braço pela primeira vez, e entrei em uma loja de velas. Enquanto olhava pelas prateleiras, a mulher que trabalhava no balcão perguntou: “Ah, é o G6? Você é do tipo 1? ” No meu sim, ela ligou para o marido de onde ele estava fazendo velas, que também era do tipo 1, e tivemos uma conversa maravilhosa. Da mesma forma, eu costumava ficar nervosa ao sentar na mesa principal da conferência durante as reuniões no trabalho, preocupado que todos olhassem se eu aplicasse uma injeção. Mas quando eu comecei a injetar abertamente, e as pessoas começaram a perguntar, fui capaz de educar mais a elas sobre o que significa viver com essa doença, e meus colegas de trabalho começaram a me entender mais.

6 – SEJA SUA MAIOR PRIORIDADE.

O DT1 afeta todas as partes da sua vida. De instrutores de treino gritando com a gente para empurrar com mais força (quando realmente o nosso açúcar no sangue está caindo), a pessoas que pensam que você é rude por olhar para o seu telefone durante uma reunião (quando você está realmente apenas de olho nos seus níveis de glicose), você tem que ser a pessoa número um cuidando de si mesma em um mundo que, em grande parte, não entende o DT1. Sua principal prioridade deve ser garantir que sua saúde física, mental e emocional estejam em bons lugares. O exercício pode ser difícil para o T1, mas você precisa fazer isso. Ouvir alguém mal informado fazer uma piada de diabetes o deixa desconfortável? Fale por si e pela sua comunidade. E quando você puder, reserve um tempo para você mesmo. Eu faço meu diaversário no trabalho todos os anos, e uso esse dia para refletir. Estou tirando esse dia enquanto escrevo esse texto. 6 anos com o tipo 1 tem sido uma jornada longa e difícil. Mas, embora eu definitivamente preferisse ter um pâncreas ativo, valorizo ​​profundamente a força, a determinação e a disciplina que ganhei nesses seis anos, e é difícil dizer que eu trocaria isso por qualquer outra coisa.
TCOYD: Tomando o controle do seu diabetes – Sabemos que viver com diabetes tipo 1 e tipo 2 não é um piquenique e, sejamos honestos, em alguns dias é muito difícil. A missão da TCOYD é centrada em EDUCAR, EMPODERAR, INSPIRAR E MOTIVAR pessoas como VOCÊ. E se você tem diabetes tipo 1, tipo 2 ou conhece alguém que tem, você deve passar o dia conosco. 


segunda-feira, 1 de julho de 2019

DIAGNÓSTICO DO DIABETES PODE CAUSAR ALGUMAS REAÇÕES EMOCIONAIS.

Ao receberem o diagnóstico de uma doença crônica as pessoas podem entrar em choque, negar, sentir medo ou raiva, e até entrar em depressão. Isso é comum, mas requer atenção e cuidados especiais.

Saber que vai ser necessário enfrentar uma doença crônica, como o diabetes tipo 2, por exemplo, causa vários estágios emocionais no paciente. Geralmente, o primeiro deles é o choque, seguido da descrença. Depois vem o medo, a raiva, a tristeza e até a depressão. Checar as taxas de glicemia, tomar os medicamentos corretos, regular a alimentação, praticar exercícios físicos, enfim, mudar alguns hábitos pode parecer algo sufocante e, por isso, o paciente precisa de atenção.
“É muito comum que as pessoas diagnosticadas com diabetes achem normal conviver com índices de glicose acima dos 200 mg/dL e neguem a realidade, minimizando, então, a gravidade da doença e adiando as providências e os cuidados necessários. Por isso, é muito importante que o paciente reconheça que a doença terá um papel importante na sua vida e aceite essa condição. Além disso, envolver a família e os amigos mais próximos, ajuda muito quem tem diabetes”, diz o Dr. Luiz Turatti, endocrinologista e Ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Passado o choque, é comum que as pessoas acometidas pela doença sintam medo. “Esse sentimento está relacionado diretamente à falta de informação. A partir do momento em que se inicia um tratamento e que o paciente toma conhecimento sobre o que é a doença e suas consequências, isso tende a diminuir”, conta o Dr. Luiz Turatti.
A raiva também é algo comum para quem acaba de ser diagnosticado com diabetes, já que se trata de uma doença cercada de perigos e complicações. “O grande desafio para o paciente, neste caso, é aprender a controlar esse sentimento. É possível aprender a usar essa raiva no controle do diabetes”, completa o Dr. Turatti.
Passados o medo e a raiva, é normal sentir tristeza ou desânimo. Essa é uma questão bastante delicada e que requer muita atenção. De acordo com uma pesquisa de mestrado realizada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), não há relações estatisticamente significativas entre diabetes e depressão. Contudo, a análise apontou a existência de uma relação bidirecional entre eles, uma vez que o diabetes tipo 2 aumenta o risco de depressão, ao mesmo tempo em que a depressão aumenta o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Segundo a pesquisa, essa é uma abordagem que pressupõe uma ligação expressiva entre aspectos comportamentais e psicológicos e os sistemas nervoso, endócrino e imunológico. “É natural sentir tristeza, mas ela não pode ser constante. Por isso é fundamental ficar atento aos sintomas como cansaço excessivo, dificuldade para dormir e para tomar decisões, entre outros”, finaliza o médico.

DIABETES NO BRASIL E NO MUNDO

O diabetes é uma doença crônica causada quando há uma baixa produção de insulina pelo pâncreas, ou quando o corpo não utiliza de modo eficaz a insulina produzida pelo organismo. Como esse hormônio é o regulador da glicose no sangue, distúrbios em sua produção ou utilização pelo corpo podem provocar alterações nos níveis de glicose acarretando uma série de complicações à saúde. Os riscos associados a essa patologia incluem perda de visão, amputação de membros inferiores, problemas dermatológicos, doenças renais e cardiovasculares.
Considerado uma epidemia global pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o diabetes tipo 2 atinge cerca de 425 milhões de pessoas no mundo, sendo 14 milhões somente no Brasil. Fatores como obesidade, inatividade física e dieta pouco saudável podem aumentar as chances de o paciente desenvolver essa doença, que pode ser assintomática, e traz grandes riscos à saúde.
Os pacientes com diabetes tipo 2 têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrerem infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Até 80% dos pacientes diabéticos tipo 2 morrem em decorrência de doenças cardiovasculares. Porém, existem tratamentos modernos como a empagliflozina, que é um medicamento oral, que reduz em até 38% as chances de morte resultante de complicações cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 2 e doença cardiovascular, conforme mostrou o estudo EMPA-REG OUTCOME.